Divórcio entre SC Braga e Daniel Sousa ainda não resolvido

O divórcio entre o SC Braga e o treinador Daniel Sousa, que se deu a 11 de agosto de 2024 após apenas quatro jogos do técnico à frente da equipa, parece longe de estar resolvido. Três meses depois, as duas partes ainda não chegaram a um entendimento sobre a verba para a desvinculação, levando o caso a seguir para a justiça.

Numa altura em que a imprensa nacional noticiava informações sobre o processo, o SC Braga emitiu um comunicado para esclarecer a sua posição. O clube minhoto acusa Daniel Sousa de «falta de moralidade» neste processo, realçando que a postura do mesmo ficará «guardada na memória» de todos.

Acordo rescisão e nova exigência de Daniel Sousa

Segundo o comunicado do SC Braga, no dia 11 de agosto, o clube e o treinador chegaram a um acordo para cessar a relação contratual que os ligava desde o início da época 2024/2025. «Foi dito imediatamente ao treinador que não seria prejudicado do ponto de vista financeiro, pois o SC Braga iria pagar-lhe os valores líquidos a que teria direito até final do seu vínculo laboral e, caso o mesmo fosse treinar outro clube, apenas se descontaria ao valor da indemnização o rendimento que aí obtivesse, um acordo ao qual o treinador nada contrapôs», refere o clube.

Convencido de que o assunto estava resolvido, o SC Braga enviou ao treinador a minuta do acordo de rescisão que contemplava a indemnização acima referida. No entanto, «estranhando a inação do treinador, que não deu feedback em relação à minuta e não a devolveu devidamente assinada», o clube voltou a insistir para que a rescisão fosse assinada, uma vez que os seus termos correspondiam ao acordo previamente alcançado.

Foi então que, «com surpresa», o SC Braga se viu «perante uma nova faceta do treinador que, de forma imoral, comunicou ao clube que pretendia que o valor da indemnização, em termos líquidos, fosse superior ao valor que receberia de salário líquido caso continuasse, efetivamente, a trabalhar».

Acusações do SC Braga contra Daniel Sousa

Segundo o comunicado, Daniel Sousa «informou o SC Braga que pretendia que acrescesse ao valor líquido aquele que, no âmbito da relação laboral, se destinaria a descontos para a segurança social e que não seriam devidos por estar em causa uma indemnização».

«Ou seja, objetivamente, o treinador informou o SC Braga que, sem estar a exercer funções e a trabalhar, pretendia receber um valor líquido mensal superior àquele que receberia caso se mantivesse em atividade no Clube», acusa o emblema minhoto.

O SC Braga reconhece que «em caso de litígio judicial poderá, eventualmente, ser dada razão, do ponto de vista legal, ao treinador», mas salienta que «ficará para sempre gravada na memória de todos a postura que o mesmo tem assumido neste processo».