Boavista recorre a Processo Especial de Revitalização para travar dificuldades financeiras

  1. A SAD do Boavista foi notificada da aceitação do seu pedido de Processo Especial de Revitalização
  2. O Boavista enfrenta uma 'degradação económica e financeira' e uma 'carga quase diária de processos executivos e consequentes penhoras'
  3. O novo Conselho de Administração afirma que 'não existe outra alternativa senão a submissão de um PER' para 'salvaguardar o futuro da Boavista SAD'
  4. Em agosto, a SAD do Boavista sofreu uma penhora que inviabilizou a inscrição de dois reforços

A Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do Boavista foi notificada na segunda-feira da aceitação do seu pedido de Processo Especial de Revitalização (PER), um mecanismo que permite a empresas em dificuldades negociarem um acordo com os credores para se recuperarem.

Segundo o comunicado da administração do clube, a decisão do tribunal surge num contexto de "degradação económica e financeira da SAD", agravado por uma "carga quase diária de processos executivos e consequentes penhoras por parte dos credores". "Sem a adoção de medidas rigorosas e excecionais, a única alternativa seria a apresentação de um pedido de insolvência, o que culminaria na inevitável liquidação da SAD, frustrando, dessa forma, as legítimas expectativas de todos e a recuperação dos créditos por parte dos credores", refere a nota.

Reestruturação urgente para garantir sustentabilidade

O novo Conselho de Administração da SAD, liderado pelo antigo futebolista senegalês Fary Faye desde maio, considera que "não existe outra alternativa senão a submissão de um PER" para "salvaguardar o futuro da Boavista SAD". "Este será, sem dúvida, um momento determinante para criar as condições necessárias à imprescindível reestruturação económica e financeira da SAD, com vista a restabelecer a sua sustentabilidade e posição no mercado", concluiu a administração.

Dívidas e penhorações afetaram inscrição de reforços

Em agosto, a SAD já tinha passado por um episódio difícil, com uma penhora excecional validada no período de férias judiciais, que inviabilizou a inscrição dos reforços Bruninho e Alhassan. A dívida de 5,2 milhões de euros, que ascendeu a 6,8 milhões com juros, foi executada através dos direitos económicos de jogadores transacionados no verão.

Atualmente, o Boavista ocupa o 14.º lugar da Liga, com nove pontos em 11 jornadas.