Vítor Murta, presidente do Boavista, foi condenado pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) por assédio sexual a uma funcionária da SAD do clube, segundo detalhou o órgão disciplinar federativo.
A decisão, passível de recurso, impõe a Murta uma pena de suspensão de seis meses e 2.448 euros de multa por «comportamentos discriminatórios», na sequência de um processo disciplinar iniciado a 3 de outubro de 2023, quando ainda liderava a SAD do Boavista.
Condenação por assédio sexual
«Exercendo um papel de autoridade sobre a ofendida, adotou quanto à mesma comportamentos ofensivos e discriminatórios em função do género, escolhendo a ofendida, enquanto mulher, como destinatária das suas expressões e alusões grosseiras, e de comportamentos inconvenientes e que importunavam a ofendida, isto por lhe atribuir um papel de género, por a ver como alguém sobre quem, por essa circunstância, poderia exercer os seus poderes e prerrogativas, coisificando a ofendida e ferindo, assim, a sua dignidade», pode ler-se no acórdão divulgado no site oficial da FPF.
Negação de Vítor Murta
No entanto, Vítor Murta negou a condenação por assédio sexual, afirmando: «Não fui condenado por assédio sexual, mas por discriminação. As pessoas foram ouvidas e isso do assédio sexual é uma parvoíce, vou recorrer dessa sentença», disse a A BOLA.
Detalhes da Decisão
O CD detalhou alguns dos episódios que levaram à condenação de Vítor Murta, como quando o presidente terá levado a funcionária contra a sua vontade a Fátima, ou quando lhe terá feito convites inapropriados para o ginásio dos jogadores e enviado mensagens com pedidos de beijos e abraços.
Reação da SAD do Boavista
A SAD do Boavista reagiu, através de comunicado, à condenação de Vítor Murta, manifestando o seu «mais veemente repúdio e condenação» aos factos comprovados no processo disciplinar.
«Os acontecimentos em questão mancham gravemente a imagem do Boavista, uma Instituição com uma longa trajetória de respeito, dedicação ao desporto e compromisso com a comunidade. As infrações relatadas revestem-se de uma gravidade extrema e que violam a dignidade humana, não podendo, sob qualquer circunstância, ser toleradas ou relativizadas», pode ler-se na nota.
Próximos Passos
A SAD garante que «tomará as medidas necessárias, agindo com a firmeza que a gravidade dos factos exige, e espera que todos, sem exceção, assumam integralmente as suas responsabilidades».