O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) condenou o presidente do Boavista, Vítor Murta, por assédio sexual a uma funcionária da SAD do clube da I Liga.
Segundo o CD, «exercendo um papel de autoridade sobre a ofendida, adotou quanto à mesma comportamentos ofensivos e discriminatórios em função do género, escolhendo a ofendida, enquanto mulher, como destinatária das suas expressões e alusões grosseiras, e de comportamentos inconvenientes e que importunavam a ofendida, isto por lhe atribuir um papel de género, por a ver como alguém sobre quem, por essa circunstância, poderia exercer os seus poderes e prerrogativas, coisificando a ofendida e ferindo, assim, a sua dignidade».
A condenação refere-se a um processo disciplinar instaurado a 3 de outubro de 2023, quando Murta ainda liderava a SAD do Boavista. O CD aplicou uma pena de suspensão de seis meses e uma multa de 2.448 euros.
«Durante o período de tempo em que a ofendida trabalhou na Boavista SAD, concretamente entre setembro de 2019 e meados de novembro de 2022, o arguido adotou, designadamente por meio de expressões e alusões grosseiras, comportamentos inconvenientes e que importunavam a ofendida, à data dos factos ainda bastante jovem», explicou o CD.
A decisão é passível de recurso para o Conselho de Justiça da FPF ou para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD).