As eleições do Benfica despertaram um forte fervor entre os seus 160.182 sócios, que tiveram a oportunidade de exercer o seu direito de voto em um dos atos eleitorais mais concorridos da história do clube. Às 22h00 do dia anterior, já 85.071 sócios tinham votado, um número que, conforme destacou a direção, ainda não estava fechado, pois se aguardava a contabilização de votos de diversas secções fora de Lisboa.
O presidente da Mesa da Assembleia-Geral, José Pereira da Costa, enfatizou que “Todos os sócios que quiseram votar, votaram. Os votos entraram todos nas urnas e à medida que forem sendo contados”. Para ele, a contagem seguiria de maneira calma e tranquila: “Vai ser uma noite longa. (...) Não tenho nenhuma previsão. Vai ser um apuramento calmo e tranquilo e vamos anunciar à medida que forem sendo conhecidos resultados”.
Expectativas de Vieira
Neste contexto, Luís Filipe Vieira, candidato à presidência e ex-presidente do clube, manifestou a sua confiança em relação à contagem dos votos, mas também levantou questões sobre a concorrência. “Eu acho que Noronha Lopes não vai ficar em primeiro lugar nesta primeira volta. Quando chegar aos 50 votos, acho que o Rui [Costa] vai dominar. Nós vamos dividir votos, o Noronha Lopes não vai acompanhar os 50 votos”, afirmou Vieira, que ocupou a liderança entre 2003 e 2021.
Vieira reafirmou que ainda havia muito a decidir, afirmando que neste momento “o que está a contar são os três votos, mas ainda não há nada definido”. À medida que os resultados parciais começaram a ser divulgados, as notícias apontavam para uma liderança de Rui Costa, que se situava com 45,54% dos votos, mas ainda muito abaixo da maioria absoluta necessária.
Resultados em Tempo Real
Às 1h30 da madrugada seguinte, Rui Costa mantinha a liderança com 44,63%, porém Vieira notou que “Rui Costa caiu ligeiramente nas últimas secções”. Essa queda foi perceptível após a contagem de uma das secções de Lisboa, onde Noronha Lopes registrou um desempenho forte: “ele [Rui Costa] já esteve a quatro por cento da maioria absoluta, mas caiu ligeiramente com o apuramento dos votos”.
Enquanto isso, a contagem de votos continua a gerar discussões acaloradas entre os sócios. A necessidade de inovação nos processos eleitorais também ganhou destaque, com Vieira a apontar que “o Benfica tem de adotar o voto eletrónico. De certeza que muito mais gente teria votado se tivesse essa opção”, refletindo uma lição que, segundo ele, o clube deveria aprender com este ato eleitoral.
Desafios Futuros
Este desafio, a pacificação interna do clube, foi sublinhado por Vieira com a assertiva de que “Quem ganhar vai ter um grande problema pela frente: a responsabilidade. Não vai ser fácil pacificar o Benfica”. À medida que a contagem prossegue e os resultados se tornam mais substanciais, o clima de expectativa permanece.
O presidente José Pereira da Costa e Luís Filipe Vieira insistem que as informações serão atualizadas à medida que se forem conhecendo os resultados e que, para os benfiquistas, a participação massiva é motivo de orgulho e esperança para o futuro do clube. O ex-presidente finalizou a sua intervenção afirmando que “Vou dormir tranquilo, com a consciência de que fiz tudo o que podia”.
Um Futuro Incerto
A eleição para o próximo líder está marcada por uma clara divisão, mas também pela esperança de uma nova era à frente do emblemático clube. Os resultados, a data e o impacto das decisões dos sócios continuam a ecoar entre as águias, mas um fato é certo: a jornada eleitoral do Benfica não tem precedentes, e o próximo capítulo será crucial para a história da instituição.