O Tribunal da Relação do Porto decidiu reabrir o julgamento de César Boaventura, que havia sido condenado por corrupção desportiva num processo relativo ao jogo entre Rio Ave e Benfica na temporada 2015/16. Esta decisão surge após o tribunal considerar que a primeira instância falhou ao recusar testemunhas e documentos relevantes apresentados pela defesa de Boaventura.
A condenação de César Boaventura fica assim suspensa, e o processo retorna à primeira instância para ser reapreciado, permitindo uma nova análise das provas e testemunhos.
Testemunhas Chave e Contestações da Defesa
Entre as testemunhas que deverão agora ser ouvidas, destacam-se António Silva Campos, antigo presidente do Rio Ave, e Miguel Ribeiro, atual líder da SAD do Famalicão. A defesa de Boaventura sempre argumentou que o seu direito à defesa foi comprometido pela recusa destas testemunhas na primeira instância.
Em fevereiro de 2024, o empresário tinha sido condenado a três anos e quatro meses de prisão, com pena suspensa, por três crimes de corrupção ativa. Adicionalmente, foi-lhe imposta a proibição de exercer como agente de jogadores durante dois anos e a obrigação de entregar 30 mil euros a uma instituição social ou desportiva.
Reação de César Boaventura
O empresário reagiu à decisão nas redes sociais, afirmando que foi transformado num “bode expiatório” num alegado ataque ao Benfica, mas que a nova decisão repõe a justiça no caso. “Calaram-me e negaram-me o direito à defesa, mas a Relação corrigiu essa injustiça. Tudo nasceu no jogo Rio Ave-Benfica, usado como arma contra o clube. Nunca me verguei e continuo de pé”, escreveu Boaventura.
Recorde-se que, para além deste processo, o empresário já tinha sido condenado no âmbito da Operação Malapata, relacionada com transferências de jogadores e movimentação de dinheiro. Nesse caso, foi punido com três anos de prisão, também com pena suspensa, mediante o pagamento de 36 mil euros.