A recente declaração de João Noronha Lopes, candidato à presidência do Benfica, após o acórdão do Conselho de Disciplina (CD) sobre a final da Taça de Portugal, expedita uma série de preocupações sobre a arbitragem em Portugal. Lopes destacou que “o acórdão do Conselho de Disciplina hoje conhecido vem confirmar os problemas gravíssimos da arbitragem em Portugal”. Esta afirmação é um grito de alarme para a necessidade de mudanças estruturais no sistema de arbitragem nacional.
Noronha Lopes fez questão de sublinhar o impacto que o CD teve no seu clube, afirmando que “o Sport Lisboa e Benfica foi gravemente prejudicado, quer pela inércia da arbitragem, quer pela inação do VAR, quer ainda pela demora injustificada da justiça desportiva, que apenas atua muito depois de o dano estar consumado”. Estas declarações não são meramente retóricas; elas são um reflexo do descontentamento que muitos clubes sentem em relação à justiça no desporto, especialmente em momentos cruciais como uma final.
Critica à Postura dos Árbitros
A gravidade da situação é acrescida pela postura dos árbitros, que Lopes critica ao dizer: “a incompetência e a negligência não devem ter consequências”. A sensação de que a integridade do jogo está em risco é palpável, especialmente quando ele afirma que “a integridade da final da Taça de Portugal foi comprometida” e questiona: “Se o atual sistema disciplinar não protege os jogadores nem a verdade desportiva, quem protege?”.
Diante desse cenário, Noronha Lopes exorta à necessidade de mudanças com urgência. Ele especifica, em sua declaração: “A arbitragem em Portugal precisa de uma reflexão profunda, se quiser combater a suspeição e a desconfiança legítimas”. Nesse contexto, ele propõe um conjunto de medidas destinadas a restaurar a confiança no sistema de arbitragem.
Propostas para Melhorar a Arbitragem
Uma das propostas de Noronha Lopes é a criação de um “comité independente e autónomo para revisão de lances em jogos de importância capital”. A ideia é que eventos cruciais sejam analisados de maneira mais rigorosa, como já acontece em outras ligas europeias. Outra sugestão relevante do candidato à presidência é a “revisão do limite temporal estabelecido, durante o jogo, para a avaliação de lances como o que esteve na origem do acórdão”.
Esta crítica reflete uma necessidade de agilidade, a fim de que as decisões sejam tomadas de forma justa e em tempo útil, evitando que erros continuem a impactar o resultado das partidas. Além disso, Lopes pede que seja feita a “publicação de todas as comunicações áudio entre árbitro e VAR”, começando pelas da liga 2024/2025 e da final da Taça de Portugal 2024/2025, uma prática que aumentaria a transparência do processo de decisão.
Responsabilização e Penalizações Rigorosas
Finalmente, é importante notar que, além de propor melhorias, João Noronha Lopes envolve a necessidade de fazer penalizações mais rigorosas: “definição de um novo regulamento, sob a égide do Conselho de Disciplina da FPF, com um reforço das sanções disciplinares para atletas e árbitros que incorram em erros que coloquem em causa a verdade desportiva, a integridade física dos atletas e atentados à ética desportiva”.
Esta última parte da sua proposta é um apelo à responsabilização dentro do futebol, algo que pode eventualmente propiciar um ambiente de maior justiça e respeito dentro dos campos. O futuro do futebol português poderá depender da implementação das propostas apresentadas, que prometem um sistema mais justo e equitativo para todos os intervenientes.
Conclusão: Um Chamado à Ação
A reação de Lopes ao acórdão do CD ressoa como um chamado à ação, que poderá conduzir a mudanças significativas na forma como a arbitragem e a justiça desportiva são geridas em Portugal. O futuro do futebol português poderá depender da implementação das propostas apresentadas, que prometem um sistema mais justo e equitativo para todos os intervenientes.