Jéssica Silva, internacional portuguesa, teceu críticas contundentes ao recordar a sua passagem pelo Benfica sob o comando da treinadora Filipa Patão. A atleta, que recentemente anunciou a sua saída do Gotham FC, revelou que a treinadora foi um problema na sua vida. A reflexão sobre essa experiência surgiu numa aparição no programa “A Quarta da Manhã”, da rádio Renascença, onde Jéssica foi clara sobre a sua relação com Patão. ““Não sei se foi a pior treinadora, até porque não estamos aqui a discutir qualidades, mas sem dúvida que foi, entre aspas, um problema na minha vida. A que me dei pior? Sim, claramente. Tinha um treinador, o João Marques, que era 'durinho', mas somos amigos. Com a mister Patão não ficou uma amizade, levei algumas 'patadas'””, confessou Jéssica Silva.

As declarações de Jéssica não apenas revelam a sua insatisfação com a abordagem de Patão, mas também destacam a complexidade das relações entre jogadores e treinadores no desporto. Apesar das dificuldades, a jogadora expressou o desejo de seguir em frente sem olhar para trás. ““Voltar a Portugal? Não acho que vá terminar a carreira em Portugal. Acabar no Sporting? Não, e o Sporting, com todo o respeito, também não quer nada com isto””, afirmou, demonstrando a sua intenção de explorar outras ligações na sua carreira.

Desilusão com o Futebol Feminino em Portugal

Jéssica ainda expressou uma certa desilusão com a evolução do futebol feminino em Portugal, dizendo: ““Às vezes tenho pena do fenómeno que está a acontecer em Portugal, porque não pode ser só um a investir. Gostava que houvesse mais atenção””. As suas palavras apontam para um desejo de maior reconhecimento e investimento no futebol feminino, algo que considera fundamental para o crescimento da modalidade no país.

As críticas de Jéssica não são um apelo isolado, mas sim um reflexo de uma realidade que muitas jogadoras enfrentam ao longo das suas carreiras. A falta de apoio e investimento em infraestruturas adequadas pode limitar o potencial de atletas talentosas, que desejam ver o seu desporto a crescer e a ser mais valorizado.

A Saída de Filipa Patão do Benfica

Por outro lado, a saída de Filipa Patão do Benfica também marca uma nova era para o clube, que sob a sua liderança, conquistou cinco campeonatos nacionais, uma Taça de Portugal, duas Supertaças e cinco Taças da Liga. A treinadora, agora rumo ao Boston Legacy, deixa para trás um legado significativo, embora não tenha conseguido construir laços de amizade com todas as suas jogadoras.

O contraste entre as experiências da carreira de Jéssica Silva e o legado de Patão evidencia as diferentes trajetórias que uma treinadora e uma jogadora podem ter juntos, mesmo dentro do mesmo clube. A relação entre ambas ilustra as dinâmicas complexas que existem no desporto, onde o sucesso pode ser medido de várias maneiras.

Uma Nova Perspectiva para o Futuro

Com a saída de Patão, surge a esperança de que o Benfica possa entrar numa nova fase que promova não apenas o sucesso desportivo, mas também a harmonia nas suas relações internas. Jéssica Silva, por sua vez, procura novos desafios que a levem a crescer como atleta e como pessoa, deixando para trás o que considera ser uma experiência negativa.

O futuro do futebol feminino em Portugal, como o de Jéssica, parece ser uma busca constante por reconhecimento e valorização. Com vozes como a dela a emergir, há uma expectativa de que as mudanças necessárias possam finalmente ocorrer para criar um ambiente mais saudável e encorajador para as jogadoras e para o desporto como um todo.