O FC Porto emitiu um comunicado oficial a manifestar forte desagrado em relação à arbitragem portuguesa, reagindo ao processo disciplinar aberto pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Este processo foi desencadeado por suspeitas de pressão sobre o árbitro Fábio Veríssimo durante o intervalo do jogo entre FC Porto e Sporting de Braga.
Além de contestar esta situação específica, o clube azul e branco denunciou alegadas fugas de informação de documentos oficiais que, segundo o FC Porto, foram partilhados em canais privados antes de serem oficialmente entregues às partes envolvidas.
Críticas à arbitragem e acusações de pressão
O FC Porto criticou severamente o estado atual da arbitragem nacional, apontando para graves problemas, como a dualidade de critérios, a falta de uniformidade nas decisões e o condicionamento persistente dos árbitros, tanto antes como depois dos jogos. O clube acusou comentadores ligados aos órgãos decisores de tentarem branqueamento de lances decisivos para os resultados das partidas.
Foram citados exemplos específicos em jogos no Estádio de Guimarães, expulsões perdoadas em encontros na Amadora e Alverca, um penálti assinalado no jogo Benfica-Tondela, bem como uma expulsão perdoada ao jogador Diomande contra o Alverca.
Alegadas ameaças ao FC Porto e resposta irónica ao Benfica
Relativamente ao árbitro Fábio Veríssimo, o FC Porto alegou ameaças feitas por este a dirigentes do clube, após um jogo contra o Arouca e durante o encontro com o Sporting de Braga. O clube preparará uma denúncia formal destas ameaças junto do Conselho de Disciplina.
Em resposta ao comunicado do Benfica sobre o mesmo tema, o FC Porto manifestou-se de forma irónica, recordando episódios controversos anteriores ligados ao clube lisboeta. Para além disso, manifestou disponibilidade para dialogar com o presidente do Conselho de Arbitragem, mostrando-se aberto à colaboração em medidas que protejam e melhorem a independência e qualidade da arbitragem em Portugal.
Posição da APAF e apelo a medidas concretas
Simultaneamente, a Associação Profissional de Árbitros de Futebol (APAF) emitiu um comunicado condenando a pressão e intimidação sobre os árbitros portugueses, destacando especialmente o caso de Fábio Veríssimo no jogo entre Sporting de Braga e FC Porto. A APAF anunciou que irá solicitar reuniões urgentes à FPF, Liga e Governo para pedir uma intervenção célere e eficaz.
A associação descreve o ambiente no futebol português como tóxico e insustentável devido à escalada de episódios de pressão contra árbitros. Salienta a necessidade imperativa de rever os regulamentos em vigor, aprovados pelos clubes, mas que não punem eficazmente comportamentos inaceitáveis no desporto.
José Borges, atual presidente da APAF desde julho de 2024, assumiu esta posição após a transferência do seu antecessor, Luciano Gonçalves, para a presidência do Conselho de Arbitragem da FPF. Assim, tanto o FC Porto como a APAF expressam preocupações profundas e exigem medidas concretas para melhorar a arbitragem no futebol português, colocando esta questão na ordem do dia das entidades competentes para reflexão e ação imediata.