O Benfica prepara-se para defrontar o Tirsense em jogo a contar para a Taça de Portugal, com Bruno Lage a prometer foco total na competição. O treinador encarnado reconheceu o favoritismo do Benfica, mas o técnico do Tirsense, Emanuel Simões, procura inspiração num feito histórico para motivar a sua equipa.
O jogo, que se antevê de grande emoção, colocará frente a frente duas equipas com objetivos distintos, mas com a mesma ambição de vencer. O Benfica procura um troféu que foge desde 2016/17, enquanto o Tirsense quer dignificar a sua presença nas meias-finais.
Foco total na Taça de Portugal
Bruno Lage começou por pedir desculpas pelo atraso na conferência de imprensa, explicando que “as nossas desculpas pelo atraso, o treino estava a correr tão bem que perdemos a hora”. O treinador prometeu “treinar com a seriedade de sempre e respeitar muito a competição e o Tirsense”, garantindo “foco total na Taça de Portugal”. Lage lembrou que “se trata de meia-final, fizemos um percurso muito bom. Desde 2016/17 que não vencemos a competição. Sinal para valorizar o Tirsense ter chegado onde chegou. Reconhecemos o trabalho. Aqui estamos nós. Foco total no Tirsense, comprometidos em fazer um bom jogo e bom resultado e assumir o favoritismo na eliminatória.”
O treinador encarnado reconheceu que o Benfica é “favorito a vencer a eliminatória com o Tirsense”, mas ressalvou que responderá sobre o campeonato “quando mudarmos o chip para o campeonato. O nosso foco é o próximo jogo.”
Gestão do plantel
Lage revelou algumas escolhas para o jogo, afirmando que “não vamos poupar ninguém, temos é de fazer a gestão que temos vindo a fazer”. O treinador adiantou que “vai jogar o Samu [Samuel Soares], António [Silva], Florentino. Vamos determinados em fazer um grande jogo e fazer a gestão que temos de fazer. O Nico [Otamendo] fica em casa.”
Justificando a ausência de Otamendi, Lage explicou que pretende “gerir o Nico [Otamendi] nos minutos de campo e de viagem, escusa de fazer esta viagem de autocarro.”
Tirsense quer dignificar a sua presença
Emanuel Simões, treinador do Tirsense, perspetivou o encontro, admitindo as dificuldades, mas confiante numa boa exibição. “Agora que a permanência está garantida, estamos preocupados em mostrar que no Campeonato de Portugal há boas equipas, que o Tirsense está vivo e tentar fazer o melhor possível neste jogo, sabendo que vamos jogar contra a melhor equipa em Portugal. Vamos tentar dignificar esta possibilidade de estar nas meias-finais por mérito próprio. A nossa responsabilidade é dar o nosso melhor”, afirmou.
Simões procura inspiração num feito histórico, acreditando que “as armas é a humildade e é mostrar que no futebol não há impossíveis, sabendo que é complicado, mas que o futebol tem estas coisas. Nunca sabemos o resultado antes de o jogo acabar. As chances são reduzidas, mas temos algumas.” O técnico acrescentou: “Prepara-se para perceberem que parar jogadores com o calibre da equipa do Benfica é não dar muito espaços. É não querer igualarmos jogadores nos movimentos e no jogo. Temos de ser humildes. Hoje, no treino, dizia-lhes que se tivermos de defender com sete em linha, defendemos. Não nos vamos subjugar e só defender, mas se quisermos dividir no um para um não temos hipótese. Noutros jogos, uma cobertura chega, neste jogo se calhar precisamos de duas coberturas. Precisamos de trabalhar mais isso. Se conseguirmos dividir o jogo assim, temos hipóteses. O Benfica também tem pontos fracos como qualquer equipa do Mundo.”
Recordando o passado
Simões recordou um jogo da Taça de Portugal quando treinava o Vizela. “Vai ser parecido. Passados dez anos, as coisas não mudaram muito. Durante o jogo não mudei muito. Vendemos cara a derrota ao Sporting na altura e espero um pouco isso agora também”, afirmou.
O técnico do Tirsense explicou que a preparação para o jogo não foi a ideal. “Foi uma mini semana. Jogámos sábado e quase não tivemos tempo de pensar no jogo. O foco era o campeonato e só depois é que pudemos pensar no Benfica. Só pudemos pensar ontem. Se não garantíssemos a permanência o meu plano era um para o jogo de amanhã, conseguindo, alterou-se. A motivação está lá. Se nos outros jogos precisamos de motivar, neste não precisamos”, concluiu.