A tempestade perfeita no Benfica: Estatutos, adeptos detidos e armas apreendidas

  1. 115 sócios pedem apoio de Rui Costa à revisão estatutária.
  2. Cinco adeptos detidos na sequência de confrontos com a PSP.
  3. Apreensão de arsenal de armas, incluindo munições de guerra.
  4. Dois adeptos em prisão preventiva.
A tempestade perfeita no Benfica: Estatutos, adeptos detidos e armas apreendidas

O Sport Lisboa e Benfica atravessa um período conturbado, com duas frentes de batalha a abalarem a estrutura do clube. A questão estatutária, crucial para o futuro da instituição, e a detenção de adeptos na sequência de confrontos com a Polícia de Segurança Pública (PSP) lançam sombras sobre a Luz. A pressão dos sócios e a gravidade dos acontecimentos exigem uma resposta firme e unida por parte da direção.

A recente detenção de adeptos, a apreensão de armas e a delicada situação dos estatutos prometem dias difíceis para o clube da águia, colocando à prova a capacidade de gestão e a coesão interna dos encarnados.

Revisão Estatutária: A Voz dos Sócios

Um grupo de 115 sócios do Benfica manifestou publicamente o seu apoio à revisão estatutária, apelando ao apoio de Rui Costa. Os associados desejam que o presidente da direção se posicione favoravelmente à proposta, reconhecendo que a sua posição já havia sido manifestada em dezembro, na assembleia geral extraordinária. Esta iniciativa demonstra a importância dada à aprovação dos novos estatutos e a necessidade de união em torno deste tema crucial para o futuro do clube.

A pressão dos sócios, neste momento, é um claro sinal da importância que a massa associativa atribui à modernização dos estatutos, procurando dar um novo rumo ao clube. A posição de Rui Costa será fundamental para garantir a aprovação da proposta e acalmar os ânimos.

Confrontos e Detenções: A Reação da PSP

A esfera do clube foi abalada com a detenção de cinco adeptos na sequência de confrontos com a PSP durante um jogo entre o Benfica e o Casa Pia, a 17 de agosto de 2024, a contar para a segunda jornada do campeonato nacional. As autoridades policiais realizaram seis buscas domiciliárias, quatro em Lisboa, uma em Setúbal e outra no concelho de Marco de Canaveses, como resultado das investigações que duraram cerca de seis meses, conduzidas pela 11.ª secção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.

Dois dos adeptos detidos foram sujeitos a prisão preventiva, enquanto os restantes três ficaram proibidos de entrar em estádios de futebol e de se aproximarem de recintos desportivos nos 30 dias anteriores e no dia da realização do evento. Estes últimos também foram obrigados a apresentar-se em esquadras da PSP nos dias de jogos do Benfica, um controlo apertado que demonstra a seriedade da situação.

Arsenal Apreendido: Um Sinal de Alerta

As buscas realizadas pela PSP resultaram na apreensão de um considerável arsenal de armas, incluindo um carregador de metralhadora G3 com oito munições, munições de vários calibres, inclusive de guerra, uma besta, bastões, facas, e outras armas. As autoridades apreenderam ainda uma arma de pressão de ar, uma pistola de gás, e diverso material alusivo ao Sport Lisboa e Benfica. Esta apreensão levanta sérias questões sobre a segurança nos estádios e a atuação de grupos de adeptos, com a operação policial, denominada "Sem Nome", a focar-se em "alegadas ofensas à integridade física de agentes da PSP".

A quantidade e o tipo de armas apreendidas são alarmantes e evidenciam a dimensão do problema. A posse deste material bélico em contexto de violência é inaceitável e exige uma resposta enérgica por parte das autoridades e do clube.

Medidas de Coação e Próximos Passos

A decisão de aplicar a medida de coação mais gravosa aos dois adeptos detidos reflete a seriedade dos atos criminosos praticados, considerados pelas autoridades como suficientemente graves para justificar a prisão preventiva. Os outros três arguidos foram proibidos de acesso a recintos desportivos, devendo manter-se a pelo menos quinhentos metros de distância dos mesmos nos dias de jogos do Benfica, e sujeitos à obrigação de apresentação na esquadra.

A operação "Sem Nome" entra numa fase crucial e ocorre dias após o aniversário dos "No Name Boys", grupo de adeptos do Benfica. O futuro próximo será decisivo para a estabilidade do clube, com a necessidade de um esforço conjunto para resolver as questões pendentes e restaurar a confiança dos sócios e adeptos.