As contas da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do Benfica relativas ao primeiro semestre da época revelam uma situação contrastante: por um lado, a entidade liderada por Rui Costa obteve receitas de 105,7 milhões de euros nos primeiros seis meses; por outro, os gastos operacionais subiram, passando de 139,2 milhões no período homólogo para 142,9 milhões.
Gastos com pessoal atingem máximos históricos
Metade desse valor (71,2 milhões de euros) corresponde aos gastos com pessoal, incluindo o plantel profissional, um máximo histórico para um primeiro semestre. Em comparação com o período homólogo de 2023/24, este valor representa um aumento de 14,2%, explicado pelas indemnizações pagas após a saída do treinador Roger Schmidt (8,7 milhões de euros) e da restante equipa técnica.
Segundo o Relatório e Contas semestral da Benfica SAD, sem essas indemnizações, os gastos com pessoal no primeiro semestre teriam sido de 57,5 milhões de euros, menos do que nos três períodos homólogos anteriores
. Isto deve-se à diminuição da massa salarial e de pagamentos variáveis.
Desequilíbrio compensado por vendas de jogadores
Caso não tivessem existido esses custos extraordinários com despedimentos, os gastos operacionais seriam inferiores aos do primeiro semestre de 2023/24 (cerca de 132 milhões de euros) e estariam mais próximos das receitas operacionais, reduzindo assim a dependência do clube em relação a receitas provenientes de vendas de jogadores. Contudo, a administração da SAD do Benfica considera que a divergência entre receitas e gastos operacionais não é motivo de preocupação, uma vez que os desequilíbrios são compensados com as receitas obtidas nas transferências de atletas
.
Pela primeira vez, os gastos operacionais incluem também o futebol feminino, que passou para a esfera da SAD e representa cerca de 2,4 milhões de euros.