Durante cerca de duas semanas, o sistema de três centrais foi visto como a solução para todos os problemas do Benfica. No entanto, a falta de tempo para consolidá-lo e a adaptação forçada de alguns jogadores revelaram-se um desastre à espera de acontecer. O pesadelo histórico foi evitado graças aos astros que estavam favoráveis naquele momento. Mas o que isso tem a ver com Rui Costa e o administrador Luís Mendes?
Rui Costa e Luís Mendes já afirmaram que o Benfica é favorável à centralização dos direitos televisivos, desde que isso não prejudique o clube. Luís Mendes explicou que a distribuição da receita deve ser representativa da dimensão social do Benfica. Ou seja, o Benfica, por ser um clube de maior dimensão, deve receber uma fatia maior da receita. Essa é a posição da SAD encarnada, que defende a distribuição desequilibrada da receita, permitindo que os grandes clubes comprem jogadores de alto valor e tenham vantagem contra adversários mais fracos.
No entanto, quando confrontados com equipas de uma classe média-alta de grandes campeonatos, como a Real Sociedad, essa estratégia falha. É necessário, portanto, que o futebol português se torne mais competitivo no exterior, o que só será possível com um campeonato mais equilibrado internamente. A centralização dos direitos televisivos é um passo importante nesse sentido.
Um exemplo inspirador é o dos Países Baixos, que em 2017 ocupavam o 14º lugar no ranking da UEFA. Após adotarem medidas de repartição da riqueza, como a centralização dos direitos e a divisão dos prémios da UEFA entre todos os clubes do campeonato, o país subiu para o 5º lugar do ranking. Essa é uma conquista que o futebol português poderia almejar.
O Sporting também se mostrou favorável à centralização dos direitos, desde que nenhum clube receba menos do que atualmente. No entanto, com um desempenho abaixo do esperado na Liga dos Campeões, como a derrota em casa para a Atalanta, a equipa leonina precisa repensar sua abordagem para se manter competitiva.
Em suma, o desastre de San Sebastian trouxe à luz a necessidade de repensar a estratégia da SAD encarnada. A centralização dos direitos televisivos é um passo fundamental para tornar o futebol português mais competitivo e equilibrado, tanto internamente quanto no cenário internacional.