Da formação à afirmação no Rio Ave
Armando Sá, apelidado de "Comboio da Luz" durante a sua passagem pelo Benfica, percorreu um longo caminho até se afirmar no futebol profissional. Antes de chegar ao Estádio da Luz, o antigo lateral acumulou valiosas lições com figuras como Carlos Brito, Manuel Cajuda, Rui Vitória e Artur Jorge.
No Vilafranquense, em 1994, Armando Sá encontrou Rui Vitória, que já demonstrava características de treinador. «Já existia aquele espírito de treinador, pela atitude e pela forma como se apresentava, era um líder nato. Os conselhos dele foram fundamentais», revelou Armando Sá.
Após passagens por Bragança e Vila Real, Armando Sá recebeu uma oportunidade no Rio Ave, então comandado por Carlos Brito. «Foi um bom conselheiro, fez de mim homem e um profissional. Cheguei ao Rio Ave com 21 anos, foi em Vila do Conde que amadureci e que concluí que poderia alcançar outros patamares», afirmou o jogador.
A lição de vida de Manuel Cajuda no Sp. Braga
Em 2001, Armando Sá chegou ao Sp. Braga, onde encontrou Manuel Cajuda. «O Carlos Brito fez de mim um homem, o Cajuda transmitiu o valor da competição, sobre como saborear cada triunfo», explicou. No entanto, o técnico tinha uma abordagem peculiar: «Chegava ao balneário e lançava insinuações – eu, como não sabia, não percebia. Quando me apercebi, fiquei magoado, até porque ele partia para cima de mim, era agressivo nos treinos. Dava vontade de ir embora.»
No Sp. Braga, Armando Sá também partilhou o balneário com Artur Jorge, que não esperava que se tornasse num treinador de sucesso. «Honestamente? Não. Foi meu capitão, transmitiu valores e sempre teve esta personalidade autoritária. Mas, destacava-se pela postura, mais do que pela liderança com o grupo.»
Do Benfica ao Canadá
Já no Benfica, Armando Sá viveu um período de instabilidade, com o clube a atravessar uma fase delicada. «Quando cheguei havia quatro laterais direitos e várias situações por resolver. Cheguei fisicamente forte, pelo trabalho com o mister Manuel Cajuda no Sp. Braga, e quis-me impor com o Jesualdo Ferreira.»
Apesar dos desafios, Armando Sá conseguiu impor-se e conquistar a alcunha de "Comboio da Luz". «Fisicamente estava no topo e conseguia arranques que valeram a alcunha de "Comboio da Luz". No terceiro anel do antigo estádio diziam: «Aí vai o comboio da Luz».
Atualmente no Canadá, onde prepara a quarta época como adjunto do Pacific FC, Armando Sá acompanha a atualidade do futebol português e destaca a época do Santa Clara, bem como o potencial de jogadores como Bruma, a quem compara ao antigo companheiro de equipa, Pedro Mantorras.
