Bruno Lage entre a lucidez e a auto-ilusão

  1. Bruno Lage parece estar enganado sobre as reais capacidades da sua equipa
  2. Lage tem mostrado dificuldade em aceitar as limitações evidentes da sua equipa
  3. O treinador insiste em jogadores que não estão a render, como Kerem Akturkoglu
  4. Lage agarrou-se às estatísticas para justificar o empate com o Sporting

Após as duas últimas derrotas do Benfica, o chefe de redação questiona se o treinador Bruno Lage está a distorcer a realidade para convencer os adeptos ou se está, de facto, enganado sobre as reais capacidades da sua equipa.

Lage parece estar a viver num «filme de faz de conta», como descreve o texto, incapaz de aceitar as limitações evidentes da sua equipa, tanto no ataque organizado como na solidez defensiva. As reações do treinador nas conferências de imprensa após os jogos, a «fazer lembrar os piores momentos na era da Schmidtologia», não ajudam a dissipar essa impressão.

Enganado sobre as suas escolhas?

O texto aponta várias situações em que Lage parece estar equivocado nas suas decisões, como a utilização de Kokçu numa função de «quarterback» quando este não demonstra capacidade para esse papel, ou a insistência em Kerem Akturkoglu, que nas últimas seis aparições «não deu sinais de vida».

Segundo o articulista, Lage está «enganado, muito enganado» nestes casos, mostrando uma incapacidade de aceitar as fragilidades evidentes da sua equipa.

A ilusão dos 'números'

Após o empate com o Sporting, Lage agarrou-se às estatísticas para justificar o resultado, afirmando que «Se o Benfica teve mais bola e atacou mais do que o rival leonino, então o empate só podia ser o resultado justo.» Contudo, como refere o texto, «a verve não é capaz de driblar a realidade» - o treinador adversário, Rui Borgia, «fez mais com apenas três dias de treino».

Algo semelhante aconteceu após a derrota caseira frente ao Braga, com Lage a chegar à conferência de imprensa em «modo loop e disco riscado: 'Somos Benfica.'» Parece incapaz de aceitar a «realidade» dos resultados e do jogo da sua equipa.

A sombra de Schmidt

O texto traça um paralelo entre a postura de Lage e a do anterior treinador, o alemão Schmidt, que também tinha dificuldade em reconhecer as limitações da equipa, vendo apenas «virtudes e dotes de perfeição suprema».

A saída de Schmidt, segundo o articulista, «libertou o Benfica, e os seus fiéis, de uma miserável política de comunicação». Agora, Lage parece cair no mesmo erro, incapaz de aceitar a realidade tal como ela se apresenta.

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