O futebol é um mundo imprevisível, onde a euforia e a depressão andam de mãos dadas. Nos últimos quatro anos e meio, Rúben Amorim conseguiu gerir as expectativas no reino do leão, através de uma comunicação externa e interna fora do normal. Fez o seu trabalho e o do departamento de comunicação do Sporting, falando por si e por Frederico Varandas. A sua saída, no entanto, expôs o Sporting em várias áreas.
A curta passagem de João Pereira
Ao fim de 44 dias, toda a convicção que levou João Pereira a ser treinador da equipa principal do Sporting desapareceu. «Por norma, as boas decisões devem estar suportadas em critérios que possam justificar as opções que são tomadas», refere o autor. Ruben Amorim é o exemplo de que uma contratação sem critérios previamente identificados, e por valores incríveis, pode converter-se num sucesso. No entanto, «será importante que quem lidera tenha a perceção de que exemplos como o de Ruben Amorim são escassos». Frederico Varandas e a sua administração não entenderam assim e entregaram os destinos do futebol ao jovem treinador João Pereira.
«Não coloco em causa a sua qualidade como treinador. Coloco em causa a decisão de Frederico Varandas por esta não ter por base nenhum critério lógico.» O tempo veio dar razão a esta análise, com Varandas a demitir João Pereira um mês e meio depois da apresentação, justificando que o problema foi que o jovem treinador leonino «não pôde ser igual a si próprio».
A escolha de Rui Borges
Depois do afastamento de João Pereira, a escolha do Sporting recaiu sobre Rui Borges. «A justificação apresentada por Frederico Varandas é que se trata de um treinador que subiu a pulso, que tem uma ideia de jogo bem definida e que tem um bom relacionamento com os jogadores.» Ora, estes critérios não encaixavam na escolha de João Pereira, levantando a questão de se os critérios para a sucessão de Ruben Amorim foram alterados ou se alguma vez a escolha de João Pereira ou Rui Borges teve por base uma análise de diferentes variáveis.
Analisando a conferência de imprensa de Rui Borges, percebe-se que o treinador transmontano está à vontade perante a comunicação social, transmitindo uma mensagem positiva e desdramatizando o grau de dificuldade dos próximos jogos.
O desafio do clássico
Hoje joga-se um dos grandes jogos do futebol português, com as duas equipas separadas por apenas um ponto. Para Rui Borges, é a oportunidade de causar uma primeira boa impressão, sem ter tido muito tempo para trabalhar a equipa. «Uma vitória eleva a confiança e a crença do universo sportinguista. Já uma derrota ou uma má exibição fará com que a confiança dos jogadores não melhore, num momento fundamental da época.»
Do lado do Benfica, a expectativa dos adeptos encarnados está em alta, olhando para o rival e percebendo que o momento é de instabilidade. «Se é verdade que o Benfica tem vencido, muitas vezes sem convencer, hoje é um dia importante para Bruno Lage. Uma vitória vai permitir deixar um rival mais desconfortável e intranquilo. Já uma derrota fará com que muitos adeptos fiquem inseguros relativamente à capacidade do treinador encarnado.»
Joga-se muito neste clássico
Joga-se muita coisa neste dérbi que é um jogo com uma carga emocional muito elevada. «Tanto Rui Borges como Bruno Lage têm muito a ganhar e muito a perder... com Vítor Bruno, tranquilo, a ver tudo de fora.»
A gestão de expectativas de Rúben Amorim
Rúben Amorim conseguiu gerir as expectativas no reino do leão, através de uma comunicação externa e interna fora do normal. «Fez o seu trabalho e o do departamento de comunicação do Sporting, falando por si e por Frederico Varandas.» A sua saída, no entanto, expôs o Sporting em várias áreas.
O legado de Rúben Amorim
Ao fim de 44 dias, toda a convicção que levou João Pereira a ser treinador da equipa principal do Sporting desapareceu. «O tempo veio dar-me razão.» O presidente do Sporting demitiu João Pereira um mês e meio depois da apresentação e de ter posto nos píncaros as expectativas em torno da sua capacidade.
A escolha de Rui Borges como novo treinador suscita algumas questões sobre os critérios utilizados pela administração do Sporting.