Fim de uma era no judo nacional
Quando, na segunda-feira, Telma Monteiro anunciou o ponto final na carreira de atleta, colocando termo a mais de 24 anos como judoca, 20 dos quais entre a elite, mais do que o fim de um percurso, o momento marcou o fim a uma era no judo nacional e do desporto português.
Início brilhante da carreira
Em 2004, ainda júnior, Telma Monteiro foi bronze no Campeonato da Europa sénior de Bucareste, apenas quatro épocas depois de se ter iniciado, para muitos já tarde, na modalidade. «Ninguém esperaria, nem mesmo Telma, que o sonho tornado realidade viesse a ser tão dourado e prolongado», refletiu um antigo jornalista.
Superação de adversidades
«Ao longo do percurso, com a sorte de apenas lhe terem aparecido lesões mais graves e crónicas na parte final da carreira, à medida que os horizontes iam ficando para trás e surgiam novos, a rapariga com ar de reguila, há muito mulher, do puxinho de um lado da cabeça, foi sabendo transformar-se», descreveu o mesmo profissional.
«Não fosse a lesão sofrida no joelho esquerdo cerca de seis meses antes de encerrar a qualificação, provavelmente teria concretizado esse último grande objetivo a que se desafiara para atingir metas onde ninguém chegara e poder bem consigo», lamentou.
Um palmarés impressionante
«Recordo-me quando as comunicações não eram tão velozes como hoje, os editores terem uma página em branco até tarde, na altura havia repescagens nas provas, à espera de saber qual medalha ganhara. Foram cinco em Mundiais, quatro em Masters, 15 em Europeus individuais, cinco como campeã, 17 no Circuito Mundial, 13 no Circuito Europeu...», elencou o antigo jornalista.
Uma nova etapa
Agora, Telma Monteiro «vai ser coordenadora de judo do Benfica. Uma nova etapa, mas se pensam que é só para o ser e ficará satisfeita com isso, bem... então ainda não conhecem Telma Monteiro. Ela ainda não se foi embora, só mudou de horizonte.»