Favoritismo inesperado
A Grécia não teve dificuldades em vencer, este domingo, a Irlanda por 2-0. Foi uma vitória que surgiu de um favoritismo que não é costume associar à Grécia no passado recente e que colocou a seleção muito próxima da subida de divisão à principal divisão da Liga das Nações – já assegurou, pelo menos, a disputa do play-off de subida.
Claro que este triunfo surgiu após a surpresa que Pavlidis provocou no terreno sagrado da seleção de Inglaterra, em Wembley (vitória por 2-1 com bis do jogador do Benfica). Estes dois últimos jogos ajudaram a equipa a chegar ao quinto triunfo consecutivo (incluindo jogos particulares), algo que já não acontecia… há oito anos.
O regresso aos grandes palcos
É um dado que chama a atenção para uma equipa que não só está afastada das competições de seleções há mais de 10 anos, mas também não é vista como uma ameaça há muito tempo.
O maior triunfo grego de sempre foi, como se sabe, em Portugal, no Euro 2004. Uma conquista que ainda hoje Inglaterra, por exemplo, nunca alcançou. Mas a seguir ao Europeu que partiu os corações lusitanos, a melhor fase de sempre desta seleção também está a associada a Portugal, mais concretamente a Fernando Santos.
Fernando Santos e a Grécia
Contratado em 2011, o treinador levou a Grécia ao Euro 2012, onde só caiu nos quartos de final perante a Alemanha. Em 2014, o feito de Fernando Santos foi ainda mais estrondoso: fez a melhor participação de sempre da Grécia num Mundial, caindo somente nos penáltis nos oitavos de final contra a (igualmente surpreendente) Costa Rica.
«Há exatos 10 anos...🤩🇨🇷 Com Keylor Navas decisivo, a Costa Rica batia a Grécia nos pênaltis nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2014. 💥Nostálgico!», pode ler-se numa publicação nas redes sociais.
O declínio após a saída de Fernando Santos
Fernando Santos assumiu depois as rédeas da Equipa das Quinas, ajudando-a a ultrapassar a angústia de 2004 e vencendo o Euro 2016. Enquanto isso, a Grécia começou a cair no ranking FIFA: chegou a estar na 10.ª posição com o treinador português ao comando, mas já acabou 2014 em 18.º. Em 2019, passou pelo 60.º lugar, a pior classificação desde 2001.
Com isto acabaram-se também as participações em grandes torneios de seleções, mas a Liga das Nações voltou a dar esperanças à seleção mediterrânica.
A nova geração grega
No final de 2023, a Grécia falhou o apuramento direto para o Euro 2024. Mas um primeiro lugar na Liga C da Liga das Nações levou a formação a um play-off que dava acesso ao torneio jogado na Alemanha. Na 1.ª ronda, a equipa superou o Cazaquistão, mas perdeu depois na Geórgia e com um novo desgosto nas grandes penalidades.
Só que a Grécia estava a melhorar – há anos que não se aproximava de uma qualificação destas – e a contratação de Ivan Jovanovic para selecionador, no último verão, continuou esse processo. Tanto que o sérvio conta por vitórias os quatro jogos que orientou na presente edição da Liga das Nações.