Treinadora do Benfica nomeada para prémio da UEFA
A nomeação de Filipa Patão para o prémio de melhor treinadora de futebol feminino de 2023/24 é o resultado de um trabalho de «tantas outras pessoas» pelas quais a treinadora do Benfica dá «a cara», declarou a própria.
«É um prémio individual, mas representa muito o coletivo daquilo que este clube tem feito, que estas atletas têm feito e que o futebol feminino também tem feito em Portugal», sintetizou Filipa Patão em entrevista à agência Lusa.
Reconhecimento do trabalho coletivo
Segundo a treinadora tetracampeã nacional, «as atletas do Benfica não podem ser melhores se não tiverem outras atletas em Portugal a fazê-las crescer», e ela só pode ser melhor se tiver «os melhores treinadores a disputar» consigo os títulos. «O Benfica não consegue crescer se não tiver todos os outros clubes a caminhar para o mesmo e a serem cada vez melhores».
«Portanto, isto é um trabalho conjunto que culmina numa pessoa que acaba por dar a cara por tantas outras pessoas que trabalham para o mesmo», concluiu Filipa Patão.
Importância da nomeação
A treinadora do Benfica está nomeada ao lado de nomes conceituados do futebol feminino internacional, como a luso-francesa Sonia Bompastor, o espanhol Jonatan Giráldez e os selecionadores do Brasil, Inglaterra, Países Baixos e Estados Unidos.
«Só o facto de estar entre nomes tão conceituados 'já é muito importante para o futebol feminino português' e 'para o Benfica', pelo que vencer o galardão acaba por ter 'o mínimo' de importância», afirmou Filipa Patão.
Evolução das jogadoras e do futebol feminino português
«Não há, para mim, maior prémio do que ver as minhas jogadoras a evoluírem, a minha equipa a poder conquistar coisas, a lutar para estar em decisões internacionais. E ver também como o futebol feminino português tem crescido, não quero dizer aos ombros do Benfica, mas muito também porque o Benfica tem apostado e feito com que todas as equipas tenham necessidade de crescer», frisou a nomeada.
Ausência de jogadoras portuguesas na lista
Apesar da nomeação de Filipa Patão, na lista de 30 nomeadas para melhor jogadora não consta qualquer atleta portuguesa. «Houve um reconhecimento num treinador, mas ainda não houve nas jogadoras. Não quero utilizar a palavra injusto porque acho que tudo na vida tem o seu caminho, a sua justiça, mas acho que não pecava por excesso ter ali uma ou duas portuguesas que fizeram uma época brilhante no Benfica a nível internacional», apontou a treinadora.
Manutenção do foco no Benfica
Questionada sobre se a nomeação poderá abrir-lhe portas para outros patamares do futebol feminino internacional, Filipa Patão respondeu que foi ensinada a «não sair de algo quando o trabalho não está finalizado». «O nosso trabalho, felizmente, tem aberto horizontes para as equipas estrangeiras, não só nas jogadoras, mas também do staff que está aqui. Portanto, eu quando renovei com o Benfica também tinha outros clubes [interessados] e não foi por agora ter esta nomeação que vai mudar alguma coisa», refutou a treinadora.