Além da incerteza da equipa dentro das quatro linhas, com a mudança recente de treinador, a SAD do Benfica vive uma situação instável também do ponto de vista financeiro. O Relatório e Contas anual da SAD encarnada revelou um prejuízo de €31,4 milhões em 2023/24, uma situação preocupante que alerta os adeptos benfiquistas.
Diogo Luís, antigo defesa do Benfica e atual consultor financeiro e comentador desportivo e de economia, faz um alerta sobre o cenário financeiro do clube. «A situação é preocupante, pois tem sido uma tendência. Com Rui Costa como presidente, o Benfica teve saldo negativo em dois dos últimos três anos. Os custos estão descontrolados», afirma.
Dívida Elevada e Liquidez Insuficiente
De acordo com Diogo Luís, «a dívida líquida aumentou exponencialmente de 92 milhões de euros para 210, desde a época 2019/20 até ao presente», apesar de o clube ter vendido jogadores por valores elevados. «Este ano, a venda do João Neves demonstrou a falta de liquidez para pagar ordenados de jogadores, fornecedores, etc...», acrescenta.
Segundo o ex-jogador, «o passivo corrente do Benfica ronda os 209 milhões de euros, ao passo que o ativo está nos 100 milhões de euros. As dívidas do Benfica a um ano são o dobro do que vai receber e isso causa uma enorme pressão e a solução passa pela venda de jogadores». No entanto, alerta que «já não basta vender um jogador, mais a receita da Liga dos Campeões. E mesmo vendendo dois jogadores, há que escolher muito bem quem são».
Prejuízo Recorde e Esperança nas Vendas
O Relatório e Contas da SAD do Benfica, referente à época de 2023/2024, apresenta um resultado líquido negativo de €31,4 milhões, só comparável com os €35 milhões negativos registados em 2021/2022. A SAD acredita que as vendas de jogadores como João Neves, Neres, Morato e Marcos Leonardo, concretizadas após 30 de junho, poderão ajudar a contornar o prejuízo.
Contudo, Diogo Luís conclui que «tudo isto deve alertar os adeptos benfiquistas, pois a venda de jogadores implicará, consequentemente, a construção de uma equipa mais frágil desportivamente».