O austríaco chegou às Antas como aposta de António Oliveira para 1996/97
Arnold Wetl foi uma contratação surpreendente do FC Porto de António Oliveira para a temporada 1996/97. O médio austríaco chegava com credenciais de goleador e estrela do Sturm Graz, e com apenas 26 anos assinou um contrato de dois anos com os dragões.
Apesar de uma passagem curta de apenas uma época pelos azuis e brancos, Wetl deixou uma marca indelével na história do clube, graças a um momento de rara beleza que o colocou para sempre no coração dos adeptos portistas.
«Um sonho tornado realidade»
Foi um sonho tornado realidade quando a transferência para o FC Porto aconteceu, depois de uma época muito interessante no Sturm Graz. Nunca me arrependi da decisão tomada, da mudança feita, mesmo que, vendo as coisas, não tenha sido tão bem-sucedida como desejaria no campo., recorda Wetl, hoje com 54 anos.
Lutando por espaço num plantel recheado de talentos como Paulinho Santos, Barroso, Zahovic, Bino, Rui Barros, Domingos, Drulovic, Edmilson, Artur, Sérgio Conceição e Jardel, o austríaco cumpriu 14 jogos e marcou dois golos, vencendo todos os títulos nacionais e brilhando na Liga dos Campeões.
O golo épico na Luz
Mas o momento que ficou para a história foi um espetacular remate de Wetl na Luz, num jogo onde o FC Porto venceu o Benfica por 5-0. Não se marca um golo desses a um dos melhores guarda-redes do mundo todos os dias! Claramente, trouxe-me muito reconhecimento e foi algo profundamente libertador. Ainda mato saudades de vez em quando pelo Youtube, recorda o antigo médio.
Na baliza das águias estava Michel Preud'Homme, lenda belga que era considerado um dos melhores guardas-redes do mundo na época. O momento de inspiração de Wetl deixou a nação portista em júbilo, elevando-o ao estatuto de ídolo, ainda que o seu impacto e protagonismo tenham diminuído ao longo da temporada.
O regresso à Áustria e o Mundial de 1998
Apesar da passagem curta pelos dragões, Wetl destacou-se no Sturm Graz e viu o seu Olimpo internacional pelo FC Porto na Luz. No entanto, acabou por regressar à Áustria para jogar pelo Rapid Viena, onde conseguiu ganhar um lugar na seleção austríaca para o Mundial de 1998.
Tive sempre experiências positivas nos meus clubes e o FC Porto foi especial por ter sido a minha primeira e única transferência para fora. Foi um enorme desafio, não só desportivo, havia a questão cultural e a língua, recorda Wetl, que não conseguiu cumprir o contrato até ao fim, pois precisava de jogar mais para ir ao Mundial.