Sven-Göran Eriksson, o icónico treinador sueco que marcou o Benfica e o futebol português

  1. Sven-Göran Eriksson morreu aos 76 anos
  2. Eriksson conquistou 5 títulos em 5 temporadas no Benfica
  3. Eriksson lançou e impulsionou as carreiras de Rui Costa e Paulo Sousa
  4. 5 campeões do mundo de 1989 e 1991 jogaram com Eriksson no Benfica

Tristeza no adeus a um grande do futebol


A notícia da morte de Sven-Göran Eriksson, aos 76 anos, foi recebida com muita tristeza por todos os que estão familiarizados com o nome do histórico treinador. Eriksson, que faleceu nesta segunda-feira, deixa uma marca indelével no Benfica e no futebol português.

Homenagem sentida do presidente do Benfica


Rui Costa, presidente do Benfica, prestou uma sentida homenagem ao treinador sueco, destacando a sua importância na história e palmarés do clube. «É um dia muito triste para todos os benfiquistas, e desde já mandar daqui um forte abraço a toda a família do mister Eriksson e dizer-lhes que para nós foi um orgulho enorme e será sempre um orgulho enorme ter tido na nossa casa um homem tão importante e tão bom como Sven-Göran Eriksson», começou por dizer o líder das águias.

Rui Costa considera que além de ter marcado «a história do Benfica ou uma parte da história do Benfica», o antigo treinador sueco «marcou também uma parte da história do futebol português e até do futebol internacional». O presidente do Benfica fez questão de relembrar que foi Eriksson quem o colocou como titular nas águias pela primeira vez, destacando ainda a ligação que o treinador desenvolveu com os clubes e países por onde passou: «É um homem querido por todos os sítios por onde passou, não só pelos clubes que representou, mas também pelos países em que trabalhou e isso mostra a qualidade humana que este senhor tinha.»

Homenagem digna no futuro


Eriksson foi homenageado no Estádio da Luz em abril, num jogo para a Liga Europa frente ao Marselha, mas Rui Costa admite que algo mais poderá ser feito no futuro em memória do treinador sueco. «Eriksson ficará sempre connosco, estará sempre connosco. É um homem muito marcante da nossa história, como sabem. Repito, em boa hora conseguimos fazer uma homenagem digna de tudo o que ele foi para o nosso clube e com certeza iremos fazer mais porque não é só um treinador que está na história do Benfica, é um homem que está na história do Benfica e ficará eternamente na história do Benfica», concluiu o presidente dos encarnados.

O legado de Eriksson no Benfica


Eriksson teve duas passagens pelo Benfica, entre 1982-1984 e 1989-1992, conquistando cinco títulos em cinco temporadas: dois campeonatos, duas Taças de Portugal e uma Supertaça. O sueco marcou profundamente o clube e o futebol português, não só pelos seus métodos inovadores e pelo futebol vencedor, mas também pela sua forma de ser e de se relacionar com os jogadores.

Admiração dos jogadores


António Veloso, antigo capitão do Benfica, recorda Eriksson com muita estima. «Recebi a notícia com muita tristeza, porque foi de facto um treinador que me tratou bem, a mim e a todos. É algum pesar que sinto pela morte dele», afirmou Veloso, que foi o jogador com mais jogos disputados sob o comando de Eriksson no Benfica, com 176 partidas.

Vítor Paneira, outro ex-jogador do Benfica que trabalhou com Eriksson, destaca a forma como o treinador sueco se relacionava com os jogadores. «Tinha a sua parte discreta, sensível e cuidadosa com as pessoas. A forma como se importava com a nossa família, connosco, fazia dele uma pessoa diferente e muito avançada para a época. Ele sabia o que queria e conseguia transmiti-lo para a equipa, porque não era alguém complicado. Era objetivo, prático, e o que recordamos no fim é um gentleman.»

Paneira, que hoje é treinador do Varzim, vê essa objetividade como algo com que se identifica e que por isso incorporou na sua forma de trabalhar. «Era um treinador completamente revolucionário, foi sempre inovador e mudou o que era o treino e o balneário. Eu identificava-me muito com a forma prática como ele abordava os jogos e conseguia transmitir confiança à equipa com simplicidade», disse.

Veloso, por sua vez, destaca a oportunidade que Eriksson lhe deu, ao colocá-lo a jogar como defesa esquerdo, quando era habitual atuar no lado direito. «O importante para mim é o que fiz pelo Benfica, que foi e é o meu clube de coração, mas o Eriksson foi o grande treinador que eu tive. Pela maneira dele de ser, por tudo.»

O legado indelével de Eriksson


Eriksson deixou uma marca indelével no Benfica e no futebol português. Além dos cinco títulos conquistados, o sueco lançou e impulsionou as carreiras de jogadores como Paulo Sousa e Rui Costa, que se tornaram internacionais e conquistaram títulos a nível mundial. Cinco campeões do mundo de 1989 e 1991 - Paulo Sousa, Rui Costa, Paulo Madeira, Rui Bento e Pedro Valido - jogaram com Eriksson no Benfica.

O legado de Eriksson vai muito além dos troféus conquistados. A sua forma de trabalhar, a sua relação com os jogadores e a sua personalidade marcaram profundamente todos aqueles que tiveram o privilégio de o ter como treinador. Como bem disse Rui Costa, Eriksson «ficará eternamente na história do Benfica».

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