Vitória encarnada reduz diferença para o Sporting
O Benfica venceu este sábado na receção ao Sp. Braga, por 3-1, e reduziu, à condição, para quatro os pontos de desvantagem para o líder Sporting, que joga este domingo em casa do FC Porto. Em cima disso, fechou a questão do segundo lugar. Para a próxima época, haverá pelo menos o playoff da Liga dos Campeões na Luz.
Um jogo que fica marcado pela vitória encarnada dentro das quatro linhas, claro, mas também por toda a tensão que se viveu nas bancadas, e que não parece ter fim à vista, apesar do cessar-fogo promovido pelos golos de Neres e Marcos Leonardo nos últimos 20 minutos.
Protestos e críticas de Roger Schmidt
Roger Schmidt não se calou perante os protestos exagerados na última segunda-feira, após a vitória em casa do Farense, e na ressaca da eliminação europeia diante do Marselha. «Criticou a situação após o encontro e na sexta-feira, antes deste duelo com os bracareneses. As palavras do treinador serviram para defender o grupo, é verdade, mas também para aumentar uma crispação que dura há várias semanas, meses até», refere o texto.
Nas bancadas, o ambiente era pesado: «as claques ficaram praticamente o silêncio – principalmente os No Name Boys –, e por isso, a festa ia-se fazendo sobretudo do lado bracarense.» Apesar disso, a primeira meia-hora não merece propriamente nota negativa: «é verdade que o ritmo não foi propriamente alucinante, mas com exceção dos primeiros minutos, o Benfica controlou sempre as operações e esteve perto do golo aqui e ali – Arthur Cabral, por exemplo, acertou na barra.»
Invasão de campo e tensão nas bancadas
A partir da meia-hora, tudo mudou: «os No Name Boys, até aí em silêncio, começaram por cantar o hino do Benfica. Depois, exibiram uma tarja com uma mensagem para Rui Costa – «Presidente, o nosso amor não tem limites», e lançaram várias tochas para o relvado, que obrigaram à interrupção da partida.» Esse momento coincidiu com o golo do Sp. Braga, da autoria de Ricardo Horta, num lance em que Otamendi ficou «muito mal na fotografia.»
«Daí até ao final do primeiro tempo, foram praticamente só momentos de tensão. A claque mais numerosa das águias entoou vários cânticos de ordem, principalmente contra Schmidt, e deixou até muita gente incomodada nas restantes bancadas.» Em campo, o Sp. Braga aproveitou a instabilidade para crescer no encontro e ameaçar até o 2-0: Álvaro Djaló viu esse desejo negado por Trubin.
Reviravolta no marcador e cessar-fogo
Na segunda parte, a tensão continuou: «a bola parecia queimar.» Mas Schmidt lançou Kökcü e Marcos Leonardo e a sorte mudou. O avançado brasileiro marcou logo na primeira vez que tocou na bola aos 71 minutos e reacendeu alguma da chama da bancada da Luz. Kökcü, por sua vez, deu outra dinâmica ao meio-campo encarnado. O médio turco teve participação no contra-ataque que permitiu aos encarnados virarem o jogo a dez minutos do fim: Neres agradeceu o grande cruzamento de Di María e cabeceou para o 2-1, antes de Marcos Leonardo, nos descontos, bisar e assinar o acordo para o cessar-fogo.
O Benfica sofreu, mas venceu o Sp. Braga e garantiu que o Sporting não vá jogar no domingo no Dragão com hipóteses de ser campeão. Durante 24 horas, as águias ficam a quatro pontos dos leões.