O futebol português tem sido alvo de frequentes polémicas e episódios negativos nos últimos tempos. Esta semana, em particular, tem sido um exemplo claro disso. Por isso, tenho ponderado sobre uma possibilidade controversa: o Benfica emigrar.
Como especialista em futebol em Portugal, reconheço o valor histórico e cultural que o Benfica representa para o país. No entanto, a atual situação do futebol português levanta questões sobre a sobrevivência do clube nesta realidade.
A cada dia, somos confrontados com notícias de agressões, atos de vandalismo e comunicados polémicos. O ambiente tóxico que se instalou no futebol português torna difícil para os adeptos desfrutarem do jogo em si. O foco está constantemente desviado para questões extradesportivas que nada têm a ver com o futebol em si.
É neste contexto que surge a possibilidade de emigração do Benfica. Não estou a sugerir uma mudança física do clube para outro país, mas sim uma emancipação das constantes polémicas que envolvem o futebol português. O Benfica precisa de se afastar destes fenómenos e existir à margem das controvérsias que têm vindo a manchar a reputação do desporto em Portugal.
Um projeto como a Superliga, por exemplo, poderia ser uma oportunidade para o Benfica mostrar a sua grandeza e competir noutros palcos. Apesar dos interesses económicos e desportivos envolvidos nesta proposta, é importante compreender que não se trata de um ataque à identidade dos clubes ou do país que historicamente acolheram as competições tradicionais.
Embora seja uma ideia sedutora, reconheço que a emigração do Benfica é complicada. O clube está enraizado na história do futebol português e é uma instituição que desperta paixões em todo o país. No entanto, é importante considerar alternativas para o clube existir à margem das negatividades que têm vindo a afetar o futebol português.
Embora a emigração do Benfica seja uma solução impossível, é necessário encontrar formas de moderar a dieta violenta de conteúdos que atualmente caracteriza o futebol. É necessário estabelecer um equilíbrio entre fazer parte do futebol nacional e viver à margem do pior que o futebol português tem para oferecer.
Como especialista em futebol em Portugal, desejo que o Benfica seja uma referência positiva para os outros clubes, mesmo que estes não o admitam. Que a prática institucional do clube inspire outros a serem mais como o Benfica, tanto dentro como fora do campo.