Uma aposta fora do radar
Depois de uma experiência no Esbjerg fB (técnico adjunto), na Dinamarca, de duas épocas no Twente - uma como adjunto e uma como técnico principal - e duas temporadas no NK Istra 1961, da Croácia, Gonzalo Vázquez está de regresso à Península Ibérica. Uma aposta fora do radar da equipa arouquense e que sublinha o modus operandis distinto da direção desportiva [n.d.r: recorde aqui a reportagem sobre o fenómeno de espanhóis em Arouca]. Mais uma aposta num jovem técnico - Daniel Sousa tinha 39 anos -, não obstante, com uma singularidade: é a primeira vez que o Arouca contrata um técnico no estrangeiro.
Um "excelente ser humano" e "grande treinador"
Para descobrir um pouco mais sobre Gonzalo, o zerozero abordou João Silva - ex-jogador do técnico no Istra e central do Kortrijk -, que descreve o uruguaio como um «excelente ser humano», «aberto» e um «grande treinador». Com um trajeto discreto e com poucas temporadas enquanto treinador profissional, o uruguaio encontrou João Silva no NK Istra 1961, em 21-22. Uma época «tranquila» para o português, onde conseguiu rapidamente preceber os traços que distinguem Gonzalo dos demais.
Um treinador "diferente" e "próximo dos jogadores"
«Era um treinador completamente diferente da visão de futebol da Croácia. Gosta muito de ter a bola, de assumir a posse, de construir a partir de trás, é ofensivo e, não menos importante, é uma pessoa incrível. Gostei mesmo muito de trabalhar com ele. Quer a nível tático, como pessoal. Ou seja, não estou pasmado com esta mudança. Foi um passo natural na carreira», começou por introduzir. «É muito próximo dos jogadores, aberto ao diálogo, podíamos falar sempre com ele. Nem todos os treinadores são assim, nem têm tanta proximidade com os jogadores como ele tem. Isto tudo faz dele um técnico diferente, sem dúvida», apontou.
Um "casamento perfeito" para o Arouca
Agora, segue-se o futebol português e o Arouca. João Silva - que esteve ligado a Sporting e SC Braga durante toda a formação -, mostrou-se otimista com o futuro do treinador em Portugal e destacou que, se esteve uma época sem trabalhar após um «belo feito», certamente foi «porque esteve à espera de um bom projeto». «Se fosse a apostar diria que vai correr bem. É um estilo de jogo que qualquer jogador no mundo gosta de jogar. Em termos táticos, tem todas as qualidades. Até pelo futebol anterior que praticavam [com o Daniel Sousa], que também gostava de ter a bola. Com boa matéria prima, é o casamento perfeito. Vai correr bem», ratificou o jogador que esteve no Istra durante duas temporadas.