Rui Borges, treinador do Sporting, abordou a sua possível renovação de contrato, o jogo com o AVS, as lesões no plantel e a possível ida de jogadores para a CAN, em conferência de imprensa.
Apesar de ter vínculo até 2027, o técnico garantiu que o foco está em conquistar títulos e que a renovação não é uma prioridade no momento. O treinador também abordou outros temas relevantes para o clube.
Renovação de Contrato
Questionado sobre a renovação, Rui Borges foi peremptório: “Se estivesse aqui [a folha em cima da mesa], assinava, sem problema. Não é algo que me passe na cabeça, tenho contrato até 2027, sei a confiança que têm em toda a estrutura técnica. Estou apenas focado em fazer o melhor no nosso trabalho, que acho que tem sido bem feito. O resto é consequência do meu trabalho, estou aqui por isso. As coisas a seu tempo virão, pela nossa competência. O meu foco é ser cada vez melhor, tornar o Sporting mais forte e voltar a ganhar títulos.”
O treinador minimizou a importância das notícias sobre a renovação, garantindo que o seu foco está no trabalho diário: “Ligo à notícia como ligo às outras todas… nada. Foco-me no meu trabalho, é isso que me motiva. O meu pensamento do dia-a-dia é o trabalho, é isso que tem consequência no futuro. Sinto-me muito feliz aqui, independentemente de falarem da renovação. Tenho contrato até 2027 e não se trata de confiança, essa é demonstrada desde o primeiro dia em que entrei nesta casa. A equipa tem dado uma demonstração do que somos capazes e do que vamos ser no futuro.”
Jogo com o AVS
Sobre o AVS, Rui Borges espera um jogo difícil: “É uma equipa bastante agressiva, intensa, com jogadores experientes. À partida chegam aqui sem nada a perder e podem vir com mais confiança, descontraídos no sentido positivo. Acho que vamos ter uma equipa completamente tranquila, tem muito a ganhar e pouco a perder. À 2.ª jornada empataram em Braga e isso dita bem o que pode acontecer se entrarmos em facilitismos. E o grande desafio será esse, a equipa estar ligada depois de uma semana de exigência máxima com jogos frente a Benfica e Bayern. Mantê-los com a mesma energia, foco, rigor e intensidade para conseguirmos fazer um grande jogo e ganhar.”
Lesão de Pedro Gonçalves
O treinador também comentou a lesão de Pedro Gonçalves: “Estava apto para jogar. Tanto estava que jogou. Caso contrário nem corríamos esse risco. Temos demonstrado muito bem o que fazemos a gerir jogadores. Felizmente temos tido poucas lesões musculares. O Pedro, e tinha dito isso antes do jogo, tinha sentido um desconforto no treino e acaba por ter uma lesão muscular. Não posso estar aqui a dizer quanto tempo será porque não pertenço à parte médica. O que posso dizer é que não poderá dar o contributo nos próximos jogos. Dará outro.”
Lesões no Plantel
Rui Borges abordou ainda a questão das várias lesões no plantel: “É o que é, fazem parte do futebol. Felizmente não temos tido muitas. O ano passado houve muitas e algumas musculares, este ano tivemos duas, no máximo três, musculares. Controlámos muito bem. O departamento de performance, o posto médico e a equipa técnica têm feito um grande trabalho. As lesões de agora são traumáticas, não controlamos. É um jogo de contacto. Apesar da lesão do Pote... Tomara não termos lesões porque é isso que queremos evitar, mas é preciso levantar a cabeça e seguir em frente. Os jogadores vão para a CAN também... São coisas que não controlamos.”
Impacto Físico do Jogo com o Bayern
Sobre o impacto físico do jogo com o Bayern, o treinador disse: “Penso e acredito que não. Fazemos o nosso trabalho muito bem feito aqui com toda a estrutura naquilo que é tentar recuperar ao máximo os jogadores. Sinto-os super motivados e isso é sinal que a energia vai lá estar. O cansaço é mais mental do que físico muitas vezes. Claro que se tivermos a intensidade que queremos, podemos sentir um pouco mais à frente, mas é para isso que existem substituições. O treinador depois tem de tomar as decisões nos melhores momentos para dar intensidade.”
Origem da Lesão de Pedro Gonçalves
Questionado sobre a origem da lesão de Pedro Gonçalves, Rui Borges respondeu: “Isso é ciência, não lhe sei responder... Estava bem no treino e já respondi a isso. Sentiu um desconforto no último lance do treino, não posso ser mais específico. Às vezes é a fisiologia dos atletas e sabemos disso. No que fazemos, fazêmo-lo muito bem feito. Tomara que ninguém tivesse lesões, mas isso é impossível. Tem a ver com a genética em alguns momentos... Controlamos o cansaço acumulado e sentimos isso. É por isso que digo que o trabalho é muito bem feito. Mas não controlamos tudo. Se é a mesma do início de novembro? Sim, é muscular.”
Possíveis Reforços em Janeiro
Sobre possíveis reforços em janeiro, o treinador afirmou: “Não tenho listas, já disse que não estou muito focado no mercado. Temos muitos jogos e não perco tempo a olhar para isso. Não sei se iremos ou não ao mercado. Foco-me muito nas minhas soluções atuais que são as que me importam. Queremos dar resposta nestes jogos e não dá para ir buscar ninguém. A seu tempo vamos tomar essas decisões. Neste momento, o meu foco está nos jogadores que tenho e que podem jogar. Em Munique demos resposta e não ganhámos. E respondendo à primeira pergunta, o grupo está confiante e super motivado. Percebeu muito bem o que fomos capazes de fazer nestes últimos dois jogos de maior exigência, percebemos o que fizemos bem e menos bem. Eles sabem e percebem, são muito ambiciosos e não se cansam de ganhar. Estão sempre à procura de serem melhores. Sabem o que poderíamos ter feito melhor e o que fizemos muito bem. Estão super motivados. Afetados? Não. Não saímos felizes de Munique porque queríamos ganhar, mas demos o nosso melhor e fizemos um grande jogo. Continuamos o nosso crescimento apesar de um resultado que não nos agrada. A equipa sabe muito bem do que tem sido capaz e quer manter e melhorar cada vez mais.”
Zeno Debast
Sobre Zeno Debast, Rui Borges disse: “Não arriscamos nada. Quando estão aptos para jogar e a 100%, dentro do que são os testes e parâmetros que temos, entram para treino. Dentro disso, acredito que o Zeno volte pelo menos no início de janeiro. Espero.”
CAN - Catamo e Diomande
Por fim, sobre os pedidos para atrasar a ida de Catamo e Diomande para a CAN, o treinador revelou: “Se voltar antes, melhor para nós, ganhamos mais uma solução porque o Diomande vai para a CAN. Depois claro, há a parte física. Tem de estar no seu melhor para responder à exigência. Em relação a Diomande e Geny, tentámos. É algo que sabemos que não será fácil, mas tentámos até porque só jogam um contra o outro no dia 24. Tentar apelar a isso. Se não acontecer, é seguir. Resposta? Para já, que saiba, não.”
Prémios Individuais de Jogadores
Antes de terminar a conferência, Rui Borges comentou sobre os prémios individuais de jogadores: “Há bocado disseram que sou muito feliz no Sporting e sou muito mesmo. O dia-a-dia deixa-me feliz, é muito alegre, positivo, energia muito boa. E isso sente-se claramente. Seja na formação, seja na ala da equipa principal. Fico feliz porque os miúdos têm conseguido dar seguimento à imagem Sporting, naquilo que é passar da formação para a equipa principal. Temos conseguido meter mais miúdos connosco e isso é de valorizar, é sinal que o trabalho está a ser bem feito. Não tem só a ver comigo, a equipa técnica chama-os porque têm mostrado valências. Feliz por darem essa imagem e continuidade à imagem Sporting, de acreditar muito na formação. Olho para a equipa B e vejo uma equipa muito focada, rigorosa, miúdos que mesmo quando estão aqui e voltam não ficam em bicos de pés. Percebem a exigência, o quanto custa ter uma oportunidade. Os prémios depois é valorização individual, trabalham muito e nada melhor do que ser reconhecidos por isso. Às vezes achamos que estamos bem e podemos não estar, mas ser reconhecidos pelos outros passa confiança. E isso é bom para todos. Mas é consequência do trabalho diário deles. Têm de querer ganhar muito mais e a dificuldade de ser um jogador excecional é manter a consistência.”