Após a derrota do Estrela da Amadora frente ao Sporting por 0-4, o treinador João Nuno analisou o jogo em conferência de imprensa, não escondendo a desilusão face à entrada infeliz da sua equipa na partida. O técnico lamentou os erros defensivos que permitiram ao Sporting construir uma vantagem confortável logo nos primeiros minutos, dificultando a estratégia delineada para o encontro.

Apesar de reconhecer a superioridade do adversário, João Nuno não deixou de apontar as falhas da sua equipa, procurando, no entanto, retirar ensinamentos da partida para o futuro. O treinador explicou as alterações táticas realizadas durante o jogo e justificou as suas decisões, numa tentativa de corrigir os erros e melhorar o desempenho da equipa.

Análise da Primeira Parte

João Nuno começou por lamentar os golos sofridos nos primeiros 20 minutos: “Aos vinte minutos já estávamos a perder com dois golos de bola parada e um golo de Fresneda de cabeça, e não me lembro de ele alguma vez ter marcado de cabeça”, afirmou, citado pela imprensa. O treinador destacou ainda uma aproximação perigosa do Estrela nos minutos iniciais: “Nos primeiros minutos até tivemos uma aproximação clara com o Montoy dentro da área”.

O técnico madeirense não escondeu a sua frustração com os erros defensivos: “Não podemos sofrer dois golos de bola parada”. Apesar de reconhecer a justiça da vitória do Sporting, João Nuno lamentou a fragilidade da sua equipa nas bolas paradas: “Não está em causa a vitória do Sporting, que é justa e clara, mas nós na bola parada tínhamos de ser muito mais fortes. A entrada custou-nos bastante. Quando já está 3-0 aos 20 minutos dificulta muito a nossa estratégia para o jogo”, disse.

Alterações Táticas e Estratégia

João Nuno explicou as alterações táticas realizadas durante o jogo, procurando justificar as suas opções. “Falhámos em não mexer na estratégia. Temos sido fortes nas bolas paradas e falhámos. Preparámos algumas coisas para defender mais baixo que o normal, do que eu gosto. Claro que o Sporting, naturalmente, ia empurrar-nos”, afirmou.

O treinador revelou que a equipa procurou adaptar-se à pressão do Sporting, mas sem sucesso: “Na segunda parte conseguimos chegar à área contrária quatro ou cinco vezes, mas não conseguimos rematar, em muitas das vezes a darmos mais um toque. A nossa entrada foi muito penalizadora para o jogo”, confessou.

Ensinamentos e Melhorias

Apesar da derrota, João Nuno procurou retirar aspetos positivos da partida: “Foi focar-nos em coisas objetivas. Mostrámos ao intervalo onde estávamos a falhar e onde tínhamos de corrigir na segunda parte para tirar alguma coisa do jogo”. O treinador revelou que a equipa encarou a segunda parte com o objetivo de melhorar o seu desempenho: “Sabíamos que o resultado já não seria fácil, mas tínhamos de tirar algo do jogo, foi com essa ideia que encarámos a segunda parte”.

João Nuno destacou alguns momentos positivos da equipa na segunda parte: “Houve momentos que gostei mais e em que podíamos ter criado mais oportunidades. Temos a primeira bola da segunda parte com o Marcus completamente sozinho dentro de área que remate à figura”. No entanto, o treinador reconheceu a superioridade do Sporting: “O Sporting foi superior e há muito a tirar deste jogo para crescer como equipa”, concluiu.

Justificação da Alteração Tática

Por fim, o técnico do Estrela justificou uma alteração tática realizada durante a primeira parte, explicando que a equipa estava a ter dificuldades em conter o ataque do Sporting pelo lado esquerdo. “Estávamos a falhar muito na esquerda aquilo que tínhamos preparado. O Jovane tinha de saltar ao Quaresma, no momento em que o Sporting transportava a bola, e estava muito preocupado com o Fresneda e eu senti que não estávamos nem a fechar, nem a pressionar, nem a fazer nada”, explicou.

João Nuno revelou que a alteração tática teve como objetivo reorganizar a equipa e melhorar a pressão sobre o adversário: “O que fiz foi parar, corrigir e pelo menos deixar o Jovane mais confortável com Hjulmand e consegui pressionar um bocadinho melhor o Sporting, ao passarmos para o nosso sistema de 4-3-3. Melhorámos um pouco no final da primeira parte, mas nunca conseguimos perceber bem o jogo. Tivemos de alterar porque não estávamos a conseguir fazer aquilo que tínhamos planeado”, rematou.