César Boaventura critica poder no futebol português

  1. César Boaventura critica Pedro Proença
  2. Escândalo do 'Apito Dourado'
  3. Pedro Proença e Luís Filipe Vieira
  4. Rede de influências no futebol

César Boaventura recorreu às redes sociais para deixar uma longa mensagem sobre a luta de poder no futebol português, centrando-se nas figuras de Pedro Proença e Luís Filipe Vieira. Ele afirmou que “o poder escondido que tomou conta do futebol português. São muitos anos disto.” Boaventura critica a ideia de que o escândalo do 'Apito Dourado' foi a solução para a corrupção, argumentando que “o sistema não desapareceu, apenas mudou de pele, de rosto e de método. Hoje está mais bem montado do que nunca: silencioso, protegido, infiltrado.”

Na sua análise, Boaventura recordou a implicação de Pedro Proença em escândalos do passado, como as escutas do 'Apito Dourado' em 2003. Ele destacou que “Pedro Proença, junto de Pinto da Costa, foi referenciado no contexto de investigações por corrupção passiva, associadas a alegadas manipulações de classificações de árbitros e favorecimentos.” O ex-árbitro subiu rapidamente para o cargo de presidente da Liga Portugal em 2015, com o apoio de clubes como o Sporting e o FC Porto.

Relações de Poder

Descrevendo as relações que Proença consolidou, Boaventura disse que “durante esse período: terá consolidado relações com Antero Henrique (ex-FC Porto), Joaquim Oliveira (Olivedesportos) e Theodoro Fonseca (Portimonense).” Essa rede de influências é, segundo ele, um círculo fechado, imune ao escrutínio público, onde as decisões são tomadas longe dos olhares da imprensa.

O empresário não parou por aí. Ele também comentou sobre Antero Henrique, mencionando que “Antero Henrique, ex-diretor do FC Porto, é apontado como operador influente nos bastidores do futebol português, mesmo sem cargo formal.” A sua atuação no futebol é descrita como discreta, mas com um impacto significativo em várias transferências e decisões.

Controvérsias Financeiras

Boaventura prosseguiu a crítica ao descrever a transição de Proença da Liga para a Federação Portuguesa de Futebol. Ele destacou que “durante a presidência de Pedro Proença: a construção da Arena Liga Portugal registou uma derrapagem superior a 9 milhões de euros.” Boaventura fez uma série de alegações sérias sobre a gestão financeira da Liga, remetendo a saída de Proença com uma indemnização significativa: “Proença saiu da Liga com uma indemnização de 346 mil euros por férias não gozadas.”

Segundo Boaventura, a Liga ficou fragilizada, enquanto Proença ascendeu ao topo da FPF, uma mudança que ocorreu em meio a controvérsias em torno de sua eleição. As pressões políticas, segundo o empresário, não pararam por aí.

Propostas Controversa

Boaventura revelou que “Luís Filipe Vieira declarou publicamente que Proença lhe terá feito propostas para afastar Nuno Lobo da corrida, envolvendo um cargo, viatura e salário de 15.000 euros.” Ele detalhou as críticas às estruturas de poder que beneficiam o Sporting em detrimento da competição justa no futebol.

Além disso, Boaventura não hesitou em nomear uma lista de associados ao Sporting que ocupam cargos importantes na FPF, afirmando que “a nova estrutura federativa passou a integrar, segundo vários relatos, um número elevado de elementos ligados ao Sporting Clube de Portugal.” A implicação é clara: o Sporting teria um controle excessivo nas decisões cruciais do futebol em Portugal.

Um Apelo à Transparência

Finalmente, Boaventura concluiu mostrando seu descontentamento com a situação, dizendo que “o futebol português é hoje visto por muitos como dominado por um sistema bem estruturado: Pedro Proença enquanto rosto institucional.” Em uma afirmação poderosa, ele pediu um maior escrutínio e debate público sobre essas redes de influência, destacando que ele próprio sofreu as consequências desse sistema, “fui, como outros, publicamente exposto, pressionado, desacreditado. Fui atacado em várias frentes, pessoais, profissionais, institucionais.”

Boaventura terminou afirmando que, apesar das dificuldades, acredita que “a verdade, mesmo quando tarda, acaba por prevalecer. Quando chegar, não será seletiva. Irá até ao fim. E revelará tudo. Todos. Sem exceção.”