Luís Figo, uma das figuras mais emblemáticas do futebol português, revelou, em uma recente entrevista ao canal de YouTube Bola Lá, as razões que o impediram de voltar ao Sporting, onde começou a sua carreira. “A minha vida desportiva e pessoal foi sempre decidida conforme as oportunidades. Por circunstâncias da vida, nunca tive a oportunidade de voltar ao Sporting. Era impossível, porque estava no auge da minha carreira, por aquilo que significava, pelo que custava, por tudo. Depois, se não tens essa possibilidade, ela nunca vai acontecer”, disse Figo, explicando a sua trajetória repleta de sucessos, que o levou a clubes como Barcelona, Real Madrid e Inter de Milão.

Desde os seus primeiros passos no Sporting, Figo construiu um legado que o tornaria um dos maiores jogadores da história do futebol. O atleta recorda as dificuldades enfrentadas nas captações no clube, onde teve que se destacar entre uma vasta concorrência. “Havia tantos miúdos… Faziam treinos de captação, punham-te a jogar 11 contra 11 e se tinhas a sorte de te destacar continuavas. Era quase um milagre”, revelou.

O Legado no Sporting

Após o seu percurso no clube de Alvalade, Figo abraçou uma carreira brilhante, mas o seu coração sempre manteve uma ligação especial ao Sporting. A formação recebida e as memórias dos tempos de criança marcaram-no profundamente. “Aquela fase ajudou-me a transformar-me no jogador que fui e a dar-me a disciplina necessária”, lembra, refletindo o impacto que o clube teve na sua formação.

Além disso, Figo reconhece que a sua experiência no Sporting foi fundamental para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. “O Sporting moldou o jogador que sou hoje, e sou eternamente grato por tudo o que vivi lá”, enfatizou.

A Brilhante Carreira Internacional

A passagem de Figo pelo Barcelona, marcada por títulos e desafios, foi seguida pela sua reluzente passagem pelo Real Madrid, onde fez parte do famoso projeto dos Galáticos. “Coincidimos numa época e num projeto com bastantes grandes jogadores a nível mundial. Cada um tem o próprio ego e personalidade, mas não podemos esquecer que jogamos em equipa e que todos dependem de todos. Sempre tivemos bom ambiente”, afirmou Figo, destacando a importância da camaradagem no êxito do grupo.

Além de seu sucesso nos clubes, Luís Figo também viveu momentos marcantes na Seleção Nacional, incluindo a final do Europeu em 2000, onde uma decisão controversa deixou uma marca na sua carreira. “No campo, foi um sentimento de injustiça, independentemente se é ou não penálti. No momento não tinha sensação de penálti, mas sendo realista e vendo as imagens é penálti. Mas foi um sentimento de revolta, de injustiça, em que só queres rebentar com tudo”, disse, revelando a sua frustração com a decisão que selou o destino daquela partida.

Memórias do Europeu em Portugal

Figo não esquece a época passada em Portugal, a qual considera insubstituível. “Um Europeu como o que vivemos em Portugal vai ser impossível de repetir, em termos da vivência. O país juntou-se à volta da Seleção nacional. Foi único, apesar de termos perdido”, recorda com saudade.

Essas memórias permanecem vivas na sua mente, e o ex-jogador acredita que eventos como esses são fundamentais para a união do povo português, especialmente em torno do desporto.

Uma Faceta Artística de Figo

Ao falarmos sobre a sua paixão pelo desporto e pelas artes, Figo menciona uma faceta pouco conhecida do seu carácter. “Em vez de comprar carros, comprava quadros”, revelou, partilhando esse amor que desenvolveu ao longo dos anos, especialmente em Barcelona. Agora, ele guarda com carinho um Honda CRX, seu segundo carro, como uma lembrança de tempos passados: “Vou vender o carro para quê?”

Figo encara a arte como uma extensão da sua personalidade e um reflexo das suas experiências, revelando que essa paixão o acompanha desde os tempos em que jogava em alto nível, tornando-se uma parte importante da sua vida fora dos relvados.