A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) enfrenta uma crise acentuada após a divulgação de uma carta enviada por Fernando Gomes, ex-presidente da FPF e atual líder do Comité Olímpico de Portugal (COP), a presidentes de federações europeias. A missiva, na qual Gomes critica Pedro Proença, o atual presidente da FPF, gerou ondas de choque no panorama desportivo nacional, com clubes como Sporting e FC Porto a expressarem publicamente a sua preocupação.
A polémica surge num momento crucial, antecedendo as eleições para o Comité Executivo da UEFA, agendadas para 3 de abril, e numa altura em que Portugal se prepara para importantes desafios, como a organização do Campeonato do Mundo 2030 e a candidatura ao Campeonato da Europa Feminino em 2029. A instabilidade gerada pelas críticas de Fernando Gomes poderá comprometer a posição de Portugal no futebol europeu.
As Críticas de Fernando Gomes
Na carta enviada, Fernando Gomes manifesta ““surpresa””
e ““desaprovação””
face a uma ação de Pedro Proença: ““Foi a maior das surpresas tomar conhecimento de uma carta enviada pelo presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Pedro Proença, na qual o meu nome é mencionado sem consentimento prévio ou mesmo informação””
.
O antigo dirigente federativo não se poupou nas críticas, acusando Proença de ““destruir o legado que eu e a minha equipa construímos ao longo de 13 anos, através de decisões e insinuações públicas que visam atacar o nosso bom nome e que, como se verá, são completamente infundadas””
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Reação da Federação Portuguesa de Futebol
Perante a gravidade da situação, a FPF convocou uma reunião de emergência para ““análise e avaliação das consequências das insinuações do Presidente do Comité Olímpico de Portugal””
. A reunião teve como objetivo analisar as implicações das declarações de Gomes, especialmente num período que antecede as eleições para o Comité Executivo da UEFA.
A FPF encara este momento como ““importantíssimas para o Futebol Português tendo em conta os desafios que se avizinham, nomeadamente a organização do Campeonato do Mundo 2030 e a candidatura à organização do Campeonato da Europa Feminino em 2029.””
Preocupação de Sporting e FC Porto
Clubes como Sporting e FC Porto expressaram publicamente a sua preocupação com a instabilidade gerada pelas críticas de Fernando Gomes. O Sporting CP, em comunicado, considerou ““fundamental que Portugal mantenha uma voz ativa e influente nos órgãos de decisão do futebol europeu””
, alertando que ““uma eventual perda de representação portuguesa no Comité Executivo da UEFA poderá comprometer a defesa dos interesses do futebol, fragilizando a posição de Portugal nas grandes decisões estratégicas do futebol europeu e mundial””
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O FC Porto também manifestou preocupação, defendendo a importância da representação portuguesa nas instâncias reguladoras do futebol internacional: ““É absolutamente fundamental que Portugal se mantenha representado nas mais altas instâncias reguladoras do futebol internacional (incluindo na UEFA), por forma a assegurar a proteção dos interesses do futebol português a nível europeu e mundial””
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Apelo ao Esclarecimento e Normalização
O FC Porto apelou ainda ao esclarecimento dos factos e à normalização das relações entre as entidades que regem o desporto em Portugal: ““É por isso imperioso que se esclareçam os factos relativos a este grave incidente para que episódios semelhantes não se repitam no futuro e para que se restabeleça, de forma prioritária, a cordialidade e a normalidade no relacionamento institucional entre as entidades que regem o desporto em Portugal””
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