É justo dizer que existiu um Sporting antes e outro depois do dia 8 de março de 2020, data que marcou a estreia oficial de Rúben Amorim no comando do clube. Com apenas 35 anos, recém-completados, os leões renasceram com um técnico que inverteu o rumo de uma história carregada de nuvens negras.
Amorim chegou a Alvalade num momento de instabilidade, com o clube em jejum de um título nacional há 19 anos. Rapidamente se percebeu que o elevado investimento (€10 milhões pagos ao SC Braga pela cláusula) seria compensado com juros, vitórias e títulos. Dispensou alguns nomes consagrados e conseguiu compor um plantel com pouca experiência, de jogadores que não estavam habituados a vencer, sem cultura de vitória e de pouca valorização de mercado.
O pontapé de saída
Esse pontapé de saída teve o Aves como anfitrião, com Sporar e Vietto a serem decisivos para a primeira vitória do técnico (2-0). Dos titulares desse jogo, apenas Coates se manteve como peça-chave da equipa nos anos seguintes.
Nos 230 jogos que realizou ao serviço dos leões, Amorim somou 164 vitórias, uma percentagem de 71% - uma das mais altas da história do Sporting. A sua equipa marcou 511 golos, a uma média de 2,2 por partida, superando os registos de treinadores como Jorge Jesus e Sérgio Conceição.
Títulos e conquistas
O ponto alto do seu reinado chegou com a conquista do campeonato em 2020/21, quebrando um jejum de 19 anos, repetindo o feito na época passada. Juntou ainda uma Supertaça (2021) e duas Taças da Liga (2020/21 e 2021/22).
Apesar da saída no final da última temporada, rumo ao Manchester United, Amorim deixa um legado pesado em Alvalade. O Sporting que hoje conhecemos é, em larga medida, obra sua, tendo erguido uma equipa mais confiante, competitiva, estável e financeiramente robusta.