A saída de Ruben Amorim do comando técnico do Sporting tem gerado muita polémica, com o presidente do clube, Frederico Varandas, a ser acusado de demonstrar soberba, falta de humildade e arrogância nas suas declarações após a partida.
Varandas afirmou que «agora é que vamos ver quanto vale esta administração sem o treinador e o diretor desportivo», numa declaração vista como uma tentativa de se desresponsabilizar pelos resultados futuros da equipa.
Varandas deixa João Pereira "lançado às feras"
Após a saída de Ruben Amorim, Varandas nomeou João Pereira como treinador interino, mas não o protegeu das críticas. Pelo contrário, o presidente do Sporting «imputou-lhe culpas pelas arbitragens e não assumiu a sua responsabilidade na escolha de um treinador sem provas dadas para suceder a Ruben Amorim».
Ao contrário de apoiar João Pereira, nomeadamente após o nulo contra o Gil Vicente, Varandas «deixou-o sozinho a dar a cara por mais um resultado desastroso».
Varandas critica saída de treinadores, mas faz o mesmo
Frederico Varandas criticou implicitamente o Manchester United por ter «destruído o projeto leonino» ao contratar Ruben Amorim, mas pouco depois fez o mesmo ao Vitória de Guimarães, «cortando o elo que existia entre Rui Borges e a nação vitoriana», numa altura em que a equipa estava a surpreender positivamente, especialmente nas competições europeias.
Varandas revelou que tanto João Pereira como Rui Borges já vinham a ser preparados para suceder a Ruben Amorim, o que «prova que não havia uma linha condutora preparada para a saída do ex-técnico e o desnorte total de um presidente que começa a ficar apreensivo com o rumo dos acontecimentos».
Rui Borges enfrenta difícil desafio
Apesar de Rui Borges ter mostrado um trabalho notável no Vitória de Guimarães, a sua chegada ao Sporting é vista como «mais uma aposta de risco», especialmente tendo em conta o calendário complicado que a equipa enfrenta, com jogos contra Benfica, Vitória de Guimarães e FC Porto.
Rui Borges «sabe que não pode falhar, sob pena de não conseguir afastar a onda de contestação que cresceu após a saída de Ruben Amorim». Frederico Varandas «sabe que está refém dos resultados para que o seu lugar não seja colocado em causa. Um fracasso levaria o universo leonino a virar-se contra o presidente, que se julga a «última coca-cola do deserto».