O Adeus de Rúben Amorim
Nos últimos dias, muito se tem dito e escrito sobre a conduta e o caráter de Rúben Amorim, no processo de transferência do treinador de Alvalade para Old Trafford. No entanto, Nuno Saraiva, em sua tribuna livre, não tem senão um agradecimento sentido a Amorim por, nestes quatro anos e meio, ter sido «tão Leão» como ele e ter elevado o Sporting Clube de Portugal a um patamar desportivo a que nenhum outro treinador conseguiu nas últimas muitas décadas.
Saraiva reconhece que o timing desta decisão, que é exclusivamente do próprio Amorim, «podia e devia ter sido melhor ponderado», sobretudo se pensarmos no esforço feito pela SAD para lhe dar todas as condições, incluindo salariais, para assegurar o objetivo do bicampeonato, depois das juras de amor e fidelidade ao projeto feitas pelo próprio, pela palavra que empenhou aos jogadores de que jamais os abandonaria nesta empreitada, e pela manifestação implícita de vontade, feita nos últimos dias, de renovar os votos com o nosso grande Clube, «tão grande como os maiores da Europa». Amorim sabe que, perante tudo isto, quebrar abruptamente o ciclo apenas com um quarto da época cumprida tem consequências e causa uma revolta legítima na estrutura e no mundo Sporting.
Apesar de tudo isto, a única coisa que Saraiva quer manifestar a Amorim é gratidão e dizer-lhe, repete, «obrigado Rúben. Que sejas feliz e que tudo te corra bem».
O Mérito da Direção do Sporting
No meio de toda a desilusão que cresce de dia para dia, Saraiva acredita ser imperativo pôr o foco na figura, ou nas figuras, que, além dos jogadores, com o seu Esforço, Dedicação e Devoção, têm proporcionado a Glória nos últimos anos.
«Quem é que, apesar de todos os insultos e desconfianças, teve a coragem de investir na contratação de Rúben Amorim? Quem é que identificou que era ali que estava a chave do sucesso desportivo? Quem é que confiou na competência da equipa de scouting e nas inúmeras qualidades de Hugo Viana enquanto negociador para construir e manter plantéis de indiscutível qualidade que vieram a revelar-se campeões?»
O Trabalho de Frederico Varandas
«Quem é que, com a sua administração composta por Francisco Salgado Zenha e André Bernardo e com a sua direção no Clube, onde também estão o Miguel Afonso, a Maria Serrano, o Alexandre Ferreira, o Pedro Lancastre e o Gonçalo de Albuquerque, seja nas Modalidades, ao nível do equilíbrio financeiro ou na projeção da marca Sporting, tem sido, indiscutivelmente, o melhor Presidente do Sporting Clube de Portugal das últimas décadas?»
«E quem, com a sua resiliência e obstinação, tem sido capaz de bater o pé aos tubarões europeus, obrigando os Manchesters desta vida, apesar de toda a pressão mediática e política que tem sido feita, a vergarem-se à sua vontade, fazendo prevalecer sempre a defesa dos superiores interesses do Sporting Clube de Portugal?»
Um Pedido de Confiança
Sim, a todos eles, nós os Sportinguistas, devemos, no mínimo, um agradecimento pela competência que têm posto ao serviço do Sporting. Aos jogadores devemos união, e também gratidão, e a confiança absoluta de que serão capazes de se emancipar desta era e cumprirem o sonho do bicampeonato. E em Frederico Varandas é justo que confiemos, e Saraiva confia, no seu discernimento, na sua coragem, na sua capacidade de decidir e de escolher o melhor para o futuro do Sporting Clube de Portugal. Saraiva está-lhe grato por este percurso e, por isso, quer dizer-lhe hoje «obrigado, Frederico!».