Num artigo de opinião publicado no jornal Record, o escritor e comentador Miguel Sousa Tavares não deixou sem resposta as declarações recentes do presidente do Sporting, Frederico Varandas, sobre os bastidores do futebol português.

Varandas havia recordado o processo Apito Dourado, que envolveu o FC Porto, mas Sousa Tavares lembrou que nesse período o clube portista conquistou importantes títulos internacionais, como a Liga dos Campeões, a Liga Europa e a Taça Intercontinental. Por isso, o comentador não compreende como Varandas justifica os insucessos do Sporting com os "bastidores" do futebol nacional, quando o FC Porto saiu vencedor além-fronteiras.

Questionando o arquivamento do caso Cashball

Além disso, Sousa Tavares questionou Varandas sobre o arquivamento do processo Cashball, que envolvia suspeitas de ilegalidades no andebol e no futebol do Sporting. «Já que estamos a lavar roupa suja, acha que o arquivamento do Cashball convenceu alguém?», perguntou.

O Caso Cashball remonta a 2018 e tinha por base suspeitas de favorecimentos do Sporting em jogos de andebol, com alegadas tentativas de "compra" de um jogador do Chaves para facilitar em jogos contra o clube leonino. Na altura, o team manager do Sporting, André Geraldes, foi detido, mas acabou por não ser indiciado para julgamento e ser inocentado. Posteriormente, todos os autos do caso foram arquivados e todos os arguidos absolvidos.

Outras alegadas tentativas de suborno

Sousa Tavares questionou ainda Varandas sobre outro caso que envolveu o Sporting, o do ex-vice-presidente Nuno Pereira Cristóvão. «Ou que aquele episódio em que um vice-presidente do Sporting foi depositar dinheiro na conta de um árbitro antes de ele apitar um jogo do Sporting para depois o poder acusar caso as coisas corressem mal, também não deveria ter comprometido o Sporting», referiu.

O caso Pereira Cristóvão diz respeito a uma alegada tentativa de suborno de um árbitro por parte do então vice-presidente do Sporting. Segundo Sousa Tavares, este episódio «também não deveria ter comprometido o Sporting».

Comparação com o Benfica

Por fim, o comentador questionou se as ações do antigo assessor jurídico da SAD do Benfica, Paulo Gonçalves, «deveriam ter comprometido o Benfica, tal como afirma e eu concordo».

Desta forma, Miguel Sousa Tavares procurou confrontar Frederico Varandas com alguns casos de alegada corrupção que envolveram o Sporting, questionando o presidente leonino sobre a forma como estes episódios foram tratados e as suas consequências para o clube.