A polémica em torno da Supertaça Feminina de 2023 ganhou contornos significativos após as declarações da treinadora do Sporting, Mariana Cabral, que classificou a situação como «uma enorme falta de respeito».
O motivo da insatisfação prende-se com o facto de a final da Supertaça Feminina, entre Sporting e Benfica, estar marcada para o mesmo dia e hora do jogo do Sporting na I Liga, contra o Farense, no Algarve. Isto significa que parte do eventual apoio que a equipa feminina do Sporting teria nas bancadas será canalizado para a equipa masculina, a centenas de quilómetros de distância.
Responsabilidades no conflito de horários
Importa apurar as responsabilidades neste conflito de horários. A Supertaça Feminina é da responsabilidade da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), liderada por Fernando Gomes, enquanto a gestão da I Liga cabe à Liga Portugal, presidida por Pedro Proença.
A FPF divulgou o calendário de provas do futebol feminino para a época 2024/25 a 30 de abril, indicando duas datas, 23 e 24 de agosto, para os dois últimos jogos da Supertaça. No entanto, foi apenas a 17 de julho que a FPF emitiu um comunicado a marcar a final da Supertaça Feminina para 23 de agosto, às 20h45.
Falha de coordenação entre FPF e Liga Portugal
Seis dias depois, a 23 de julho, a Liga anunciou o Farense-Sporting também para 23 de agosto, às 20h15. Ou seja, a Liga Portugal parece ter definido o horário do jogo da I Liga sem ter em conta o calendário da Supertaça Feminina, previamente divulgado pela FPF.
Perante este cenário, a responsabilidade pelo conflito de horários parece recair sobre a Liga Portugal, que não conseguiu coordenar o seu calendário com o da Federação Portuguesa de Futebol. Esta situação gera um impacto negativo para a visibilidade e valorização do futebol feminino em Portugal.