O regresso da glória do Sporting

  1. O Sporting voltou a conquistar o título de campeão nacional, três anos depois da última conquista. É o 24.º da sua história.
  2. Existiram outros clubes portugueses campeões nacionais além do Benfica, FC Porto e Sporting.
  3. Centenas de jogadores de clubes centenários lutaram e suaram para conquistar títulos nacionais.
  4. Em quatro anos no Sporting, Rúben Amorim conseguiu vencer tantos campeonatos como o FC Porto e Benfica juntos.

Uma época de euforia e alegria


A nação sportinguista está imersa numa onda de euforia e felicidade após a conquista do 24.º título de campeão nacional. Grandiosos festejos com espetáculos esplendorosos em termos de som, luz e cor tomaram conta da cidade, com tudo a verde e branco a condizer. Houve muita animação, com músicas e canções adequadas, e muito fogo-de-artifício.

Tudo começou com aquela multidão no Marquês de Pombal, com a paixão a extravasar em comunhão com os ídolos... campeões. Depois, na jornada da consagração, o público, animado e feliz, no final do jogo com o Chaves, não arredou pé das bancadas (repletas) do Estádio José Alvalade, para assistir ao desfile dos jogadores na entrega das medalhas e do troféu da Liga Portugal. Mas, sobretudo, maravilhou-se com o longo e deslumbrante cenário de audiovisual, musical e pirotecnia.

Por fim, na passada segunda-feira, a comitiva leonina foi recebida na Câmara Municipal de Lisboa, onde, como é hábito, na mítica varanda da autarquia, exibiu o troféu para o povo que encheu a Praça do Município. A família leonina está feliz. E com toda a razão.

O 24.º título da história do Sporting


O Sporting voltou a conquistar o título de campeão nacional, três anos depois da última conquista. É o 24.º da sua história, considerando, naturalmente, os quatro Campeonatos de Portugal, a prova máxima do futebol, realizada pela FPF, nos longínquos anos 20 e 30 do século passado. Ou seja: 20 Campeonatos Nacionais + 4 Campeonatos de Portugal = 24 títulos! Os títulos da controvérsia.

Porém, como não entender que o Sporting conquistou o título máximo do futebol português por 24 vezes? Como não entender que o Belenenses tem 4 títulos nacionais? Como sempre afirmou o meu amigo Humberto Azevedo, sócio n.º 1 do Belenenses, atualmente com 95 anos. E o Marítimo? E o Carcavelinhos? E o Olhanense (que se vangloriava de ser o único clube potuguês campeão nas três divisões)? Todos eles venceram títulos nacionais! Não era aquela a única competição futebolística de âmbito nacional da época? A que definia o campeão português? Como, aliás, relatam todos os jornais da altura.

Respeitar a memória dos pioneiros


Acima de tudo devemos respeitar a memória de centenas de jogadores, de clubes centenários, que lutaram e suaram a defender os seus emblemas, com a finalidade de conquistar o título nacional do nosso país. Por exemplo: Pepe (Belenenses), Francisco Stromp (Sporting), Pinga (FC Porto), Joaquim Gralho (Olhanense), António Alves (Marítimo), Vítor Silva (Benfica) e o Carlos Alves (Carcavelinhos), o tal das luvas pretas, avô do João Alves), todos eles míticos jogadores dos primórdios da história do futebol português, festejaram, na altura, os títulos de campeão nacional.

Eu ainda conheci o lendário Jorge Vieira, capitão do Sporting e da Seleção Nacional, que esteve nos Jogos Olímpicos de 1928, em Amesterdão, e foi distinguido com o Prémio Fair-Play da UEFA (1982). Entrevistei-o como sócio n.º 1 do Sporting. Contou-me as memórias e dificuldades daqueles tempos de amadorismo puro, das condições muito difíceis, da precariedade logística e da mobilidade em que se faziam as deslocações (de camioneta, de comboio de barco e até de carroça).

Como se definia o campeão nacional


Não era fácil. Para mais com clubes amadores, cujos jogadores trabalhavam noutras profissões. Mas era assim, nesses moldes, por eliminatórias, que era decidido o campeão, em quase todos os países. Por exemplo, em Itália e na Alemanha, razão pela qual o Génova e o Nuremberga constam na lista de campeões dos seus países. Como se pode ler no livro comemorativo dos 75 anos (Bodas de diamante) da FPF, escrito pelo saudoso jornalista Henrique Parreirão, a Liga Experimental, para fomentar a modalidade financeiramente e chamar mais adeptos para o futebol, foi organizada com clubes de (apenas) quatro associações distritais: Porto, Coimbra, Lisboa e Setúbal, escolhidas geograficamente devido à localização, tendo em conta os meios de transporte (comboio ou camioneta), num eixo central e litoral, entre as cidades. Esta decisão terá levado à insatisfação e protesto do Olhanense e do Marítimo por não terem sido incluídos nesta Liga Experimental, tratando-se (naquela altura) de duas das melhores equipas portuguesas, ambas já campeãs nacionais. No entanto, descrito no referido livro da FPF, a realização da Liga Experimental não impedia que o Campeonato de Portugal se disputasse normalmente e consagrasse o campeão nacional desse ano.

Os títulos nacionais dos clubes portugueses


Resumindo, as contas são fáceis de fazer: Benfica 38 títulos (3 Campeonatos de Portugal + 35 Campeonatos Nacionais); FC Porto 33 (4 Campeonatos de Portugal + 29 Campeonatos Nacionais); Sporting 24 (4 Campeonatos de Portugal + 20 Campeonatos Nacionais); Belenenses 4 (3 Campeonatos de Portugal + 1 Campeonato Nacional); Olhanense 1 Campeonato de Portugal; Marítimo 1 Campeonato de Portugal; Carcavelinhos 1 Campeonato de Portugal; Boavista 1 Campeonato Nacional. A história não se apaga, nem se pode reescrever.

A hegemonia do Sporting dos violinos


Na minha meninice o Sporting, dos cinco violinos, com sete títulos em oito anos, era o grande dominador do futebol. E quando entrei para a Escola Primária (masculina), na Rua Ator Vale, a miudagem (malta da Picheleira, do Alto Pina, do Chile, de Arroios…) jogava à bola no recreio e era quase toda do Sporting. Alguns do Benfica. E do Belenenses, por causa do Matateu, o ídolo mais recente. Em 1954, ano do tetra leonino, os adultos, para nos cativar, diziam que o Sporting tinha mais títulos (13) do que o Benfica (7) e o Belenenses (4) juntos. Obviamente, contabilizando os Campeonatos de Portugal e os Campeonatos Nacionais, sem destrinça. Esta surgiu décadas mais tarde, numa pressão que obrigou alguns jornais (de um ano para o outro) a alterar os seus registos.

A fidelidade da A BOLA


Exceto A BOLA, que sempre se manteve fiel ao Campeonato das Ligas, como acusava Jaime Pires, um sportinguista que escrevia no jornal do clube e que amiúde surgia na nossa redação para barafustar com o chefe Vítor Santos. Pois eu fico na minha: título nacional é mais abrangente para além da Liga. É o mesmo propósito da antiga Taça dos Campeões Europeus e da atual Liga dos Campeões da Europa. Têm o mesmo valor, apesar de antes ser disputada em poucas eliminatórias e atualmente numa fase de grupos. Mas o Eusébio é tão campeão europeu como o Cristiano Ronaldo! E o Paulo Futre, tal e qual o Bernardo Silva!

O tetra de 1953/54


Na época do tetra (1953/54), João Martins, qual Viktor Gyokeres. Para gáudio dos sportinguistas, Rúben Amorim está a fazer história num clube que andava habituado a festejar títulos muito espaçadamente. Na verdade, por ironia, em quatro anos que está no clube, o Sporting conseguiu vencer tantos campeonatos como o FC Porto e Benfica juntos. Grande mister! Grande campeão! Inspirado no mítico Josef Szabo? É que há 70 anos, o Sporting, treinado por ele, venceu o campeonato com evidente supremacia sobre os rivais. Com grande diferença pontual. Foi na época do tetra (1953/54). Também venceu todos os jogos em casa. Também fez muitos golos (80 em 26 jogos). E o avançado-centro, João Martins (camisola 9, tal como Viktor Gyokeres, na atualidade), ganhou A BOLA de Prata, com 31 golos (em 23 jogos). Curiosamente, recordo a minha primeira vez no futebol. Tinha oito anos. O primo Fernando Francisco, motorista da Carris, foi pedir aos meus pais para me levar à bola. Foi no dia 7 de março de 1954. No Estádio do Lumiar: Sporting-Belenenses (4-0). Lembro-me da equipa titular do Sporting: Carlos Gomes; Caldeira e Galaz; Janos Hrotko, Passos e Juca; Hugo, Vasques, Martins, Travassos e Mendonça. E do Belenenses: José Pereira; Rocha, Figueiredo e Serafim; Castela e Diamantino; Dimas, Di Pace, Perez, Matateu e Narciso. Inesquecível. Conhecia-os todos. Da coleção dos bonecos da bola (agora chamam-lhe cromos) que vinham embrulhados nos rebuçados e nós colávamos na caderneta. Como dizia o mestre Carlos Pinhão: Ai que saudades, ai, ai.

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FC Porto anuncia nomeados para os Dragões de Ouro 2024

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  2. Os vencedores das respetivas categorias serão escolhidos pelos sócios do FC Porto através de uma votação online
  3. Além de Francisco Conceição, os outros nomeados para 'Futebolista do Ano' são Diogo Costa, Nico González e Alan Varela
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Lage antecipa jogo da Taça de Portugal: "Temos de estar no nosso melhor"

  1. Bruno Lage espera um jogo difícil contra o Estrela da Amadora
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  1. A cerimónia da Gala Dragões de Ouro do FC Porto vai decorrer no dia 3 de dezembro, a partir das 21h30, na Super Bock Arena, no Porto
  2. Os adeptos poderão esperar novas categorias e o recuperar de outras que fizeram parte da história dos Dragões de Ouro
  3. Diogo Costa, Alan Varela, Nico González e Francisco Conceição são os nomeados para a categoria de Futebolista do Ano
  4. Há quatro nomeados em cada uma das categorias de Atleta de Modalidades de Pavilhão e Sócio