O Sporting perdeu a final da Taça de Portugal, mas o plantel verde e branco fez uma guarda de honra ao vencedor, o FC Porto, quando o plantel dos azuis e brancos se preparava para subir as escadarias do Estádio do Jamor, antes do Presidente da República entregar o troféu da Prova Rainha.
Ainda que tendo perdido o encontro e um troféu, o Sporting "eleva a fasquia", no entendimento do antigo futebolista Pedro Henriques, que salientou que fazer guarda de honra aos derrotados "é fácil". Contudo, fazer guarda de honra ao vencedor é algo que este não tem assistido muitas vezes, quando em campo estão dois clubes rivais portugueses.
A atitude do Sporting aplaudida
Tenho dúvidas de que FC Porto ou Benfica fizessem guarda de honra, afirmou Pedro Henriques, vincando a atitude do Sporting. Guarda de honra quando ganhas é fácil. Toda a gente faz. Um clube grande, em Portugal, fazer guarda de honra depois de ter perdido ao vencedor…, observou.
A guarda de honra que o Sporting, derrotado, fez ao FC Porto. O Sporting, mais uma vez, eleva a fasquia, disse o antigo jogador de futebol, em declarações na Sport TV.
Dúvidas sobre rivais repetirem o gesto
Perante este ato de fair-play, Pedro Henriques disse ainda ter reservas que FC Porto ou Benfica, se tivessem no lugar do Sporting, fizessem algo do género. Tenho dúvidas que isso vá acontecer, ou que o FC Porto fizesse, ou que o Benfica fizesse ao contrário, comentou.
Esta guarda de honra que o Sporting fez ao FC Porto, tendo perdido, dá boas indicações para o futuro, salientou ainda Pedro Henriques, antigo jogador português.
Um jogo com muita tensão
Apesar do clima de rivalidade que ficou marcado dentro das quatro linhas, e de algumas provocações nos discursos antes do jogo e até depois, o Sporting acabou por realizar um gesto que tem dado que falar.
No final da partida, as imagens da transmissão televisiva mostraram o técnico portista Sérgio Conceição a abraçar o treinador do Sporting Rúben Amorim.
O jogo e a expulsão que condicionou o Sporting
Já em relação ao jogo, a expulsão de St. Juste inverteu a tendência de um Sporting com mais bola, ainda que até então o domínio tenha sido sobretudo aéreo, ilustrado no golo inaugural do neerlandês. Sagaz a aproveitar os erros alheios, o FC Porto encontrou no tal corte atrapalhado de Geny Catamo o caminho mais curto para chegar ao empate.
Amorim fez o que tinha a fazer para ajustar a equipa, colocando Pote e Trincão como interiores, à frente de Hjulmand, numa espécie de 5x1x2x1 que forçava a equipa de Sérgio Conceição a jogar por fora, onde só o filho Francisco criava perigo. Os leões não conseguiam estabelecer ligação a Gyokeres (grande jogo de Zé Pedro), mas pareciam suficientemente sólidos para segurar o fogo do dragão até aos penáltis, só que o peso nas pernas voltou a revelar-se sintoma do nervosismo de Diogo Pinto, e o segundo choque com Evanilson transformou a redenção em castigo máximo.
A conquista do FC Porto e o futuro de Sérgio Conceição
Taremi deu a Taça ao FC Porto e ao mesmo tempo que beijava o símbolo aumentava o tamanho da porta de saída. Para ele e para Sérgio Conceição, que não disse adeus com todas as letras mas aproveitou mais uma conquista para reforçar o discurso que já tinha lançado na véspera. Sempre em jeito de balanço de sete anos no cargo, o técnico puxou para si a decisão relativamente ao futuro, ainda que tenha adiado o anúncio formal para depois da prometida conversa com o novo presidente.
André Villas-Boas tem exibido assinalável jogo de cintura para evitar um ataque ao legado de Pinto da Costa enquanto reprova a administração dos últimos anos — como se o líder cessante fosse alheio a certas questões —, mas já não conseguiu esconder o desconforto no relvado do Jamor quando teve de fugir mais do que uma vez às perguntas sobre a decisão reclamada por Sérgio Conceição uns metros ao lado.
Na tribuna do Jamor o trio juntou-se para erguer a Taça. Dentro em breve a decisão vai rebentar.
Já o capitão do FC Porto, Pepe, assinalou a conquista da Taça com uma mensagem no livro do Museu do FC Porto, aproveitando para brincar com um episódio antigo. Está feito. Cada um assina, escreveu o central, recorrendo a uma expressão utilizada na mensagem com críticas à arbitragem que os jogadores azuis e brancos publicaram na sequência da derrota com o Estoril (0-1), a 30 de março.