Quem acompanha de perto o futebol feminino português sabe que uma das principais reivindicações é a profissionalização da Liga. Segundo o comentador desportivo, esta é uma condição essencial para que os clubes possam oferecer condições de trabalho dignas às suas jogadoras.
Enquanto não chegar a profissionalização à Liga de Futebol Feminino não conseguiremos olhar a fundo para os problemas e dificuldades que os clubes e a própria competição enfrentam, afirma o comentador. O episódio recente envolvendo a equipa do Sporting é um exemplo claro dessa realidade.
Péssimas condições nos balneários
Numa deslocação à Madeira para defrontar o Marítimo, as jogadoras do Sporting denunciaram nas redes sociais as péssimas condições do balneário que encontraram, sem água quente, com portas e janelas degradadas, e até com a presença de insetos. Para o comentador, este é o mínimo que uma equipa da I Liga feminina deveria ter.
É mais importante ter VAR e dizer que somos a primeira liga a ter VAR do que proporcionar condições dignas às jogadoras, lamenta. Mónica Jorge, diretora executiva da FPF para o futebol feminino, reconheceu recentemente que o futebol feminino português está no caminho certo da evolução, mas não fez qualquer menção à profissionalização da Liga, o que o comentador considera pena.
Exigir igualdade de condições
Segundo o comentador, enquanto não houver profissionalização, com regras obrigatórias para que os clubes cumpram determinados requisitos para participar na competição, continuaremos a ver situações lamentáveis como a denunciada pelas jogadoras do Sporting. Uma equipa A feminina, que joga na divisão máxima de futebol, tem de ser tratada com o mesmo respeito e as mesmas condições que os homens de uma equipa A masculina, defende.
O comentador aproveita ainda para apelar à igualdade de condições de trabalho das jogadoras, lembrando que existe uma desigualdade a nível de condições de trabalho muito grande no futebol feminino português, com muitos outros casos semelhantes ao do Marítimo que não são denunciados por falta de coragem.