Jorge Paixão, técnico português atualmente no Difaâ Hassani de El-Jadida, concedeu uma entrevista ao jornal A BOLA, onde falou sobre a sua experiência de viver e treinar em países com culturas tão distintas como Marrocos, Kuwait, Ruanda e Polónia. Para Paixão, a adaptação e respeito pela cultura local são fundamentais: 'Desde que saí de Portugal, adaptei-me ao país para onde ia, à vida lá, isso é fundamental. Depois, no futebol, temos de adaptar-nos e, a pouco e pouco, mudar uma coisa ou outra. Não podemos chegar e mudar tudo de repente.'
Sobre o seu trabalho social, o treinador revelou: 'Quando estou fora, faço trabalho social com crianças. É algo que me apaixona. Tenho visto tanta dificuldade. Venho para fora para melhorar a minha vida, também financeiramente, mas deixo igualmente a minha marca com esse trabalho social. Sou treinador de uma equipe de uma província grande, se a minha ação pode fazer alguém feliz, então tento fazer isso.'
Ao falar sobre a sua passagem pelo SC Braga, Paixão elogiou o crescimento do clube nos últimos anos: 'O SC Braga é um grande clube. Desde que lá estive, há 10 anos, já cresceu muito. O presidente Salvador tem feito um trabalho extraordinário e, neste momento, tem um plantel ao nível dos grandes e considero que, a qualquer momento, o SC Braga pode ser campeão.'
O treinador também comentou sobre o jogador Rafa, que treinou durante a sua passagem pelo Braga: 'Já era um jogador diferenciado. Havia aspetos que tinha de melhorar, mas tornou-se um jogador de topo. Sempre teve a rapidez de execução, era muito forte no ataque à profundidade. Aprimorando a finalização, tornou-se um jogador de topo e tem condições para jogar em qualquer campeonato do mundo.'
Na análise da atual época da Liga portuguesa, Paixão destacou o bom momento do Sporting, a estabilização do Benfica e a possibilidade do FC Porto lutar pelo título a qualquer momento. O treinador também elogiou a qualidade dos treinadores portugueses na competição: 'A aposta no treinador português tem sido positiva. Apenas Benfica e Vizela não têm treinadores portugueses. Vê-se, nos jogos entre equipas mais em baixo na tabela e os chamados grandes, que já não há uma diferença tão grande, porque há bastante qualidade no jogador e no treinador português.'