Eventual acionista minoritário na SAD do Sporting: "Bayern tem o modelo certo"

  1. O Sporting está a considerar a entrada de um novo acionista minoritário na SAD, seguindo o exemplo do Bayern de Munique.
  2. Afonso Pinto Coelho destaca o modelo do Bayern de Munique, que tem três empresas com interesse em investir no desporto.
  3. Nuno Sousa expressa reservas quanto ao tipo de investidor que pode surgir interessado.
  4. Ambos concordam que a decisão deve ser sufragada em Assembleia-Geral e que os sócios devem ser devidamente informados.

O Sporting está a considerar a entrada de um novo acionista minoritário na sua Sociedade Anónima Desportiva (SAD), seguindo o modelo adotado pelo Bayern de Munique. De acordo com o jornal O JOGO, especialistas em gestão desportiva afirmam que esta estratégia pode trazer benefícios para o clube, desde que sejam escolhidos parceiros adequados.

Afonso Pinto Coelho, membro do Movimento Hoje e Sempre Sporting, destaca o exemplo do Bayern de Munique, que tem três empresas com interesse em investir no desporto. 'Vemos o Bayern, que tem três empresas com interesse em entrar no desporto e que ganham com as sinergias. Poderiam ser três empresas assim no Sporting, em que cada uma tivesse 12,5% do capital social', afirmou.

No entanto, Nuno Sousa, ex-candidato às eleições do Sporting, expressa reservas quanto ao tipo de investidor que pode surgir interessado. 'Será uma empresa que gere eventos desportivos? Algo que o Sporting já faz por si? Será um multimilionário que quer aparecer? Ou será uma empresa portuguesa, ou estrangeira, que queira estar cá daqui a 50 anos e ter reconhecimento duradouro?', questionou.

Ambos concordam que a decisão de permitir a entrada de um novo acionista minoritário na SAD deve ser sufragada em Assembleia-Geral e que os sócios deveriam ser devidamente informados sobre as intenções do clube. 'Os sócios têm de decidir tendo a informação toda', ressaltou Afonso Pinto Coelho.

Em relação a um possível investimento de um colosso europeu, como o Chelsea, ambos são céticos e mostram preocupação com a dependência do clube em relação a outro clube no que diz respeito à transferência de jogadores. 'Seria uma tristeza ver o Sporting ser irmão adotivo de clubes ingleses ou de outra nacionalidade e a mendigar as segundas escolhas de outros clubes', afirmou Nuno Sousa.

Além disso, os especialistas também discutiram a recompra dos Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC) ao Novo Banco por parte do Sporting. Apesar de concordarem com a recompra, eles questionam o momento da operação e a descapitalização da SAD e do plantel. 'Não percebo a pressa. Já em 2022, por puro eleitoralismo, descapitalizou-se a SAD e o plantel', criticou Nuno Sousa.

Em suma, a possível entrada de um acionista minoritário na SAD do Sporting é vista como uma estratégia positiva, desde que seja escolhido o parceiro certo e que a decisão seja tomada de forma transparente e sufragada pelos sócios em Assembleia-Geral.