O Sporting está a considerar a entrada de um novo acionista minoritário na sua Sociedade Anónima Desportiva (SAD), seguindo o modelo adotado pelo Bayern de Munique. De acordo com o jornal O JOGO, especialistas em gestão desportiva afirmam que esta estratégia pode trazer benefícios para o clube, desde que sejam escolhidos parceiros adequados.
Afonso Pinto Coelho, membro do Movimento Hoje e Sempre Sporting, destaca o exemplo do Bayern de Munique, que tem três empresas com interesse em investir no desporto. 'Vemos o Bayern, que tem três empresas com interesse em entrar no desporto e que ganham com as sinergias. Poderiam ser três empresas assim no Sporting, em que cada uma tivesse 12,5% do capital social', afirmou.
No entanto, Nuno Sousa, ex-candidato às eleições do Sporting, expressa reservas quanto ao tipo de investidor que pode surgir interessado. 'Será uma empresa que gere eventos desportivos? Algo que o Sporting já faz por si? Será um multimilionário que quer aparecer? Ou será uma empresa portuguesa, ou estrangeira, que queira estar cá daqui a 50 anos e ter reconhecimento duradouro?', questionou.
Ambos concordam que a decisão de permitir a entrada de um novo acionista minoritário na SAD deve ser sufragada em Assembleia-Geral e que os sócios deveriam ser devidamente informados sobre as intenções do clube. 'Os sócios têm de decidir tendo a informação toda', ressaltou Afonso Pinto Coelho.
Em relação a um possível investimento de um colosso europeu, como o Chelsea, ambos são céticos e mostram preocupação com a dependência do clube em relação a outro clube no que diz respeito à transferência de jogadores. 'Seria uma tristeza ver o Sporting ser irmão adotivo de clubes ingleses ou de outra nacionalidade e a mendigar as segundas escolhas de outros clubes', afirmou Nuno Sousa.
Além disso, os especialistas também discutiram a recompra dos Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC) ao Novo Banco por parte do Sporting. Apesar de concordarem com a recompra, eles questionam o momento da operação e a descapitalização da SAD e do plantel. 'Não percebo a pressa. Já em 2022, por puro eleitoralismo, descapitalizou-se a SAD e o plantel', criticou Nuno Sousa.
Em suma, a possível entrada de um acionista minoritário na SAD do Sporting é vista como uma estratégia positiva, desde que seja escolhido o parceiro certo e que a decisão seja tomada de forma transparente e sufragada pelos sócios em Assembleia-Geral.