Num jogo com ascendente dos pupilos de Rui Borges em grande parte da partida, a clareza total dos intérpretes apareceu apenas da marca de grande penalidade. O Moreirense voltou a demonstrar que é um dos casos sérios desta Liga, ao passo que os barcelenses pareceram algo desinspirados face ao que já exibiram esta temporada.
Em polos opostos de forma - o Gil não vencia há cinco jogos na Liga, o Moreirense não perdia há sete -, não foi preciso esperar muito para que o primeiro golo surgisse. Tidjany Touré - novidade no onze de Campelos -, apareceu com espaço sobre a esquerda e acabou derrubado por Fabiano.
O lance foi revisto pelo pente fino do VAR e pelos olhos de Hélder Malheiro, que apontou para castigo máximo. Na conversão, Pedro Tiba não tremeu, apesar de Kewin ainda ter chegado à bola com a ponta das luvas.
Nos minutos seguintes, o Moreirense cresceu e, a beneficiar de um meio-campo a viver dias de grande dinâmica, impôs dificuldades aos da casa, algo desconfiados de si mesmos em vários lances na saída recuada. Gonçalo Franco e Ofori conferiram segurança na construção cónega, com André Luís a deixar o primeiro aviso com um cabeceamento que Andrew encaixou.
Minutos depois, Gabriel Pereira deixou a bola à mercê de Franco que, com espaço, não foi capaz de definir de forma ideal o passe «de morte» para Alanzinho. Ultrapassada a fase mais delicada, o Gil estabilizou o seu jogo e distanciou o Moreirense da baliza de Andrew, deixando o jogo ligeiramente mais adormecido.
Até ao descanso, Fujimoto voltou a assustar Kewin num autêntico penálti em movimento muito desenquadrado, com Alanzinho, na resposta, a ficar com o empate a centímetros de distância, após belo remate em arco. Nos descontos, o cabeceamento de Rúben Fernandes a rasar a barra foi o carimbo do crescimento gilista na reta final da etapa.
No regresso, os cónegos voltaram a apresentar o vigor demonstrado em certos períodos da etapa inicial de forma mais constante e o conjunto barcelense atravessou a fase mais delicada em toda a partida.
A capacidade de ganhar as primeiras e segundas bolas foi notável do lado forasteiro e, fruto disso, o empate pairou. Esquecido ao segundo poste, Madson protagonizou as duas perdidas mais flagrantes, deixando o público gilista impaciente com a equipa.
Ao ver que a equipa atravessava dificuldades de maior, Vítor Campelos lançou Murilo, Maxime Domínguez e Baturina de uma só vez e as melhorias foram notórias quase de forma instantânea. Contudo, o Moreirense acabou por materializar o ascendente anterior, chegando ao empate na cobrança de um penálti marcado por André Luís.
Até ao soar do derradeiro apito, o jogo partiu, Maxime Rodríguez falhou o 2-1 por uma nesga e os últimos fogachos ofensivos dos gilistas ainda fizeram acreditar o público que o triunfo ficaria em Barcelos. Não ficou e o Galo não canta há mais de dois meses.