Nem sempre os caminhos do futebol são lineares. Para Samu, médio do Vitória de Guimarães, a sua história é prova disso. O jogador começou a sua jornada desportiva no atletismo, antes de encontrar a sua verdadeira paixão no futebol.
Samu revelou que a sua entrada no atletismo aconteceu de forma natural, influenciado pelos amigos com quem brincava em Mozelos, sua terra natal. «Comecei no atletismo. Não posso dizer que foi por influência de alguém, mas sim por causa das pessoas com quem brincava na altura. Em Mozelos, não havia futebol, mas havia atletismo. Na altura, eu era rápido e alguns colegas que andavam no atletismo acabaram por me convencer. Começámos a entrar em competições, ganhei o gosto e algumas medalhas», contou o atleta.
A conquista da bola
No entanto, a bola não tardou a conquistá-lo. «Todos adorávamos jogar à bola. Praticamente só jogava na rua, um hábito que se está a perder um bocado. Era uma alegria, parecia que não existia mais nada no mundo. Os colegas do meu pai disseram-lhe que eu tinha jeito, mas ele dizia que eu tinha era de estudar. Obviamente o meu pai sabia que gostava e queria jogar futebol. Acabei por ir para o Paços Brandão», lembrou.
Do extremo ao meio-campo
A sua carreira deu então um rumo diferente, com o jogador a integrar as camadas jovens do FC Porto, onde ficou durante cinco anos, antes de se mudar para o Boavista. Foi neste último clube que Samu começou a atuar como médio, a posição que lhe permitiu chegar à primeira liga portuguesa.
«Comecei por jogar como extremo esquerdo no FC Porto. Era rápido e não existiam muitos esquerdinos. Depois recuei e passei a jogar como lateral. Comecei a jogar no meio-campo quando estava no Boavista com o mister Nélson Antão. Ele viu que tinha alguma capacidade técnica e qualidade e perguntou-me se poderia ser médio. Respondi que não me importava, queria era jogar. E ficou para sempre», partilhou.
A passagem pelo Barcelona B
Aos 19 anos, Samu teve a oportunidade de estagiar no Barcelona B, uma experiência que considerou «muito enriquecedora». «Tinha 19 anos, era novo e tinha feito dois ou três jogos na Liga e chegado à seleção de sub-19. Talvez o interesse tenha surgido por aí. Fui ao Barcelona no final da época e foi uma experiência muito enriquecedora. A filosofia do Barcelona não era só o Guardiola, mas sim do clube. Tudo está preparado para que o jogador chegue à equipa principal e seja tudo igual. Acabei por voltar ao Boavista, o clube disse-me que contava comigo. Tinha contrato e não acreditei que o Barcelona fosse pagar muito por mim», relatou.
A afirmação no Vitória de Guimarães
Após essa passagem pela Catalunha, Samu consolidou a sua carreira, passando por Fafe e Sporting de Espinho antes de se afirmar no Vizela. Foi deste clube que se transferiu para o Vitória de Guimarães, onde tem sido uma peça importante. «Felizmente tive algumas abordagens, mas queria dar um passo em frente na carreira. Senti que o Vitória era um passo em frente», referiu o jogador, que não esconde a ambição de poder vir a atuar no estrangeiro no futuro.
Desde que chegou ao D. Afonso Henriques, Samu marcou cinco golos e fez duas assistências em 36 partidas. O jogador tem sido um elemento-chave na equipa de Pepa, que tem surpreendido nesta temporada.