Habituado a jogar nas alas, o brasileiro Gustavo Silva foi adaptado a ponta-de-lança no V. Guimarães e tem dado uma excelente resposta. Ao golo que marcou contra a Fiorentina, juntou mais alguns lances de muito perigo, mostrando-se sempre num lugar certo e com sentido de baliza.

Filipe Cândido, o primeiro treinador de Gustavo Silva no futebol português, em 2022/23 no Nacional, assume que ver o avançado jogar como ponta-de-lança contra a Fiorentina «foi uma novidade», mas não ficou assim tão surpreendido. «Quando chegou, proveniente do Comercial, equipa da quinta divisão do Brasil que só jogava o Estadual de São Paulo, vinha rotulado de médio. Vimos muitos jogos dele no corredor, como extremo direito. Tinha características físicas muito interessantes para jogar no corredor, em zonas próximas da baliza, porque é um jogador que pode marcar golos. O Gustavo tem golo. Jogando a ponta-de-lança, a extremo ou segundo avançado, vai fazer sempre golos», reforça o antigo treinador do Nacional.

Crescimento evidente desde a chegada ao Nacional

Filipe Cândido destaca o crescimento que o jogador tem evidenciado desde que chegou ao Nacional, elogiando a capacidade de trabalho. «É um jogador que trabalha bastante, que se entrega e dá tudo o que tem nos treinos e nos jogos», elogia. Jogador de luta, Gustavo Silva impõe-se nos duelos. Na primeira época na Madeira, foi expulso três vezes. Um aspeto que já corrigiu, garante o treinador de 45 anos.

«Não foi por atitudes maldosas, mas pela forma dele de jogar, porque vinha habituado a um futebol muito físico que se praticava no Brasil. Tivemos de o ajudar nesse sentido para conhecer o futebol europeu e os campos onde ia jogar, porque as diferenças eram grandes, incluindo a qualidade dos relvados e do próprio futebol, porque o jogo é muito mais organizado», explica Cândido.

Pode melhorar o conhecimento tático

A evolução tem sido notória e, aos 25 anos, Gustavo Silva pode subir patamares. «Pode melhorar bastante na parte tática e do conhecimento do jogo, mas nesse aspeto os treinadores portugueses são muito bons. Em algumas tarefas dentro do jogo em que é necessária muita leitura, principalmente a jogar no meio-campo como um criador de jogo, aí teria mais dificuldade. A jogar no ataque, pode ser preponderante, porque tem uma disponibilidade física incrível, além de ter golos e assistências. Melhorando o conhecimento do jogo e a capacidade para interpretar questões estratégicas, pode ir para um clube ainda mais acima do V. Guimarães», sublinha Filipe Cândido.

Polivalência em destaque

Jogador polivalente, Gustavo Silva chegou a ser lateral-direito na primeira época no Nacional. «O João Aurélio estava lesionado e o Clayton, que está no Internacional de Porto Alegre, jogava como central do lado direito. O Gustavo fazia o corredor todo, Como é muito agressivo nas disputas de bola e é rápido, jogou como lateral-direito, mais com missões ofensivas», justifica Filipe Cândido, elogiando ainda a capacidade e a agressividade do avançado no jogo aéreo.