Uma separação abrupta e perturbadora
O corte abrupto de relações entre o Vitória de Guimarães e o seu treinador Álvaro Pacheco evoca comparações com os divórcios entre pessoas. Tal como nos divórcios, o fim de uma relação no futebol pode ser doloroso, mas deve ser gerido com dignidade.
Em Portugal, a taxa de divórcios nos últimos anos ronda os 60%. Muitos amigos que se divorciam transformam-se em inimigos, mas alguns conseguem manter um relacionamento exemplar, mesmo após o fim do casamento. O autor do texto argumenta que o ódio que muitas vezes surge do corte de relações acaba por tornar o relacionamento que se termina quase hipócrita, o que não deveria acontecer.
O sucesso de Álvaro Pacheco no Vitória
É neste contexto que se insere o abrupto fim da relação entre o Vitória de Guimarães e Álvaro Pacheco. O autor reconhece que grande parte do sucesso da equipa nesta época se deve a Pacheco, que conseguiu imprimir uma dinâmica, um querer e um jogo de pressão alta na equipa que fez a diferença para a qualificação europeia. Esse crédito tem obviamente que lhe ser concedido e reconhecido.
A saída conturbada de Álvaro Pacheco
No entanto, o autor considera que o modo como Pacheco saiu do clube não foi o mais digno. Faltar a um convívio marcado pelos atletas alegando motivos pessoais e, afinal, ir negociar com outro clube, deixando-se fotografar com o presidente desse clube e publicando uma frase «assassina», não era necessário. O autor compara este episódio ao de Rúben Amorim, que reconheceu o erro, pediu desculpa e resolveu a situação com humildade.
Neste caso, não houve essa humildade e entrou-se num «braço de ferro» que deslustra e desvaloriza o tanto de bom que se fez esta época. Rescindir o contrato antes de terminar a época e falhar o último jogo também não era necessário, na opinião do autor. As entradas e saídas de jogadores e treinadores fazem parte do quotidiano dos clubes de futebol, e tal como nos divórcios, podem acabar a meio, mas é suposto que termine com dignidade.
Os méritos da temporada do Vitória de Guimarães
Apesar deste final conturbado, o autor destaca a fantástica época realizada pelo Vitória de Guimarães. Trata-se da terceira qualificação europeia consecutiva, algo que só tinha acontecido uma vez na história do clube, nas épocas de 1986/87, 1987/88 e 1988/89. Além disso, o Vitória atingiu 63 pontos, batendo o seu recorde de pontos. Estes são factos que merecem ser destacados e motivo de orgulho para os adeptos.
Uma última palavra é dedicada à equipa de polo aquático do Vitória, que após ser tetracampeã nacional, perdeu o campeonato para o Fluvial. Apesar desta derrota, o autor reconhece o trabalho extraordinário que o Vitória está a fazer nesta modalidade, criando um projeto de base para ser a melhor equipa nacional e ajudar o polo aquático português a atingir níveis de competitividade internacional superiores.