A situação em torno do adiamento do jogo entre o FC Porto e Arouca tem gerado controvérsia, com o presidente do FC Porto, André Villas-Boas, a tornar-se a voz da dissidência.
Villas-Boas afirmou: “Para o FC Porto, o que aconteceu é uma evidente quebra, ilegalidade e uma diferente interpretação do regulamento das competições. O FC Porto está a analisar a possibilidade de avançar com uma providência cautelar que pode, ou não, ter a eficácia de anular o jogo com o Arouca.” Esta declaração reflete a insatisfação crescente com a decisão da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) em adiar o encontro, originalmente marcado para domingo, agora reagendado para segunda-feira devido à Feira das Colheitas, um evento que atrai milhares de visitantes a Arouca.
Implicações para o Calendário do FC Porto
Villas-Boas enfatizou as implicações que esta decisão poderá ter sobre o calendário do FC Porto e a preparação para o próximo desafio europeu. Ele disse: “A distância curta entre jogos e o não respeitar das horas necessárias antes de um jogo europeu é algo que nos lesa e, evidentemente, o ranking de Portugal ao nível do coeficiente dos países da UEFA, onde se torna cada vez mais difícil ambicionar ao sexto lugar e temos o nosso próprio sétimo lugar em risco. Tudo isto são considerações que a Liga deveria ter tido em conta, mas parece não as querer ter no caso do FC Porto.”
Esta análise revela a preocupação de Villas-Boas com o desempenho da equipa, que poderá ser prejudicado devido à falta de tempo de preparação.
Luta por Justiça frente ao Adiamento
O presidente do FC Porto esclareceu que o clube não está a desistir de lutar contra o adiamento. Ele mencionou: “Estamos a analisar as possibilidades de providência cautelar, é uma consideração que estamos a ter, mas também tendo em conta a imprevisibilidade da data de resposta do Tribunal Arbitral do Desporto. Se essa providência não tiver a eficácia que queremos que tenha, pode causar distúrbios na preparação do jogo com o Arouca.”
Essa afirmação mostra que, apesar do descontentamento, os Dragões estão dispostos a se adaptar para manter a competitividade.
Posição da Liga Portuguesa de Futebol Profissional
A LPFP, por sua vez, defendeu a sua posição ao reagendar a partida, citando a falta de condições de segurança como motivo de força maior. A liga garantiu que a decisão se baseou nos regulamentos e após consultas com representantes da autarquia e da segurança. A LPFP afirmou: “Tal decisão apenas foi tomada após uma reunião presencial, em 08 de setembro, nos Paços do Concelho de Arouca, com a presidente da Câmara Municipal de Arouca, a Autoridade Municipal de Proteção Civil, representantes das duas sociedades desportivas, Comandante da Guarda Nacional Republicana (GNR) territorialmente competente e bombeiros locais, a que se seguiu um período de procura de entendimento entre as duas sociedades desportivas. Na falta desse entendimento, a LPFP viu-se obrigada a intervir.”
Esta situação leva a uma análise mais profunda sobre a relação entre os clubes e a liga.
Tensão entre FC Porto e Liga
Villas-Boas não hesitou em expressar o seu descontentamento, sublinhando que “tudo isto está a ser analisado por nós. De qualquer das formas, a nossa queixa à Liga avançou sobre o que nos parece uma infração dos regulamentos do quadro de competições e de uma decisão que o Presidente da Liga acabou por tomar que era a nossa ótica em infringir os regulamentos.”
Estas palavras evidenciam a tensão existente entre as entidades e a necessidade de um diálogo mais eficaz.
A Reputação do Futebol Português em Jogo
A indignação por parte do FC Porto não se limita a uma questão interna, mas também toca na manutenção da reputação do futebol português. Villas-Boas reafirmou: “se tivermos de ir a jogo, iremos na máxima força”, demonstrando o compromisso da equipa em competir, independentemente das adversidades.
No entanto, ele também salientou a necessidade de um claro reconhecimento das dificuldades impostas pelas decisões da Liga. Este episódio não é apenas uma questão de calendário, mas uma representação de uma luta maior pela justiça e pela clareza nos regulamentos do desporto em Portugal.