Paulo Machado, antigo médio do FC Porto, refletiu profundamente sobre a morte de Jorge Costa, seu colega e capitão, expressando a influência e o legado deixado pelo lendário jogador. Machado revelou que via em Jorge Costa um verdadeiro ídolo e exemplo de liderança no clube e na cidade.
Em declarações emocionadas, destacou a importância do ex-central no balneário e no respeito que inspirava dentro e fora do campo, realçando a sua dimensão como líder e símbolo do FC Porto vitorioso.
A liderança e o exemplo de Jorge Costa
Paulo Machado afirmou que “Falar do Jorge é falar do meu ídolo. Era nele que eu via o que era ser capitão, como se mostrava a raça de um clube e uma cidade.”
Recordou ainda que “Cada dia com o Jorge era um exemplo de como era viver o FC Porto, saber ser capitão e líder, fazer do balneário uma fortaleza. Quem entrava ali ficava arrepiado com a sua dimensão. No campo os adversários tinham medo do que o FC Porto podia fazer.”
Este retrato pinta um líder que unia a equipa e impunha respeito, tornando o balneário numa verdadeira fortaleza de união e determinação.
O carinho e a influência no balneário
Paulo Machado destacou o carinho especial que Jorge Costa transmitia a todos: “Ele orientava todos, o balneário e a equipa e unia toda a gente.”
Esta capacidade de liderança e influência positiva marcou profundamente o antigo jogador, que via em Jorge Costa não só um capitão imponente, mas também um exemplo a seguir em todos os sentidos.
O amor e a memória do FC Porto
Machado salientou o amor de Jorge Costa pelo FC Porto, que também passava pela família: “Tinha no FC Porto um amor da minha vida, também passado pelo meu pai, sócio há 60 anos. Ele transmitiu-me a alegria de ver a equipa vencer, de uma era titulada.
Falar dessa época é falar do Jorge Costa, do que ele transmitia em campo.” Reconheceu ainda que o sonho de muitos jovens era espelhar a raça e o empenho do capitão: “O meu sonho tornou-se ser como ele, ao vê-lo treinar e ao ver o respeito que todos lhe tinham.”
A intensidade e o respeito no campo
Relembrando o ritmo intenso do jogo de Jorge Costa, Machado comentou com humor: “Não era qualquer um que ia para cima dele para o fintar, havia muito respeito e sabiam que iam levar fruta. Ele nisso até os pisava, no bom sentido!
O FC Porto vencedor tem muito dele, nunca teríamos vencido tanto sem um capitão deste calibre.” Estas palavras sublinham o papel essencial do capitão na construção do FC Porto vitorioso.
Memórias da integração no clube e das praxes
Paulo Machado recordou o início da sua carreira e a personalidade única de Jorge Costa nas praxes: “Subo na melhor altura de todas. O FC Porto tinha ganho tudo o que havia para ganhar. Consegui integrar os magníficos, eram incríveis.
E o Jorge estava lá, sempre me acolheu muito bem, mesmo apesar das partidas e das praxes. Mandava-me ir buscar águas, toalhas, se eu trazia isso tudo, pedia que fosse buscar mais alguma coisa. E ainda as praxes dos treinos, era cada fruta! Mas ele apoiava muito e na hora 'ganha-me raça', sempre dizia. São coisas marcantes da minha vida.”
A amizade e a fase de treinador
Falando da última fase da sua relação com Jorge Costa, já na Índia como treinador, Paulo Machado revelou profunda admiração: “Foi a melhor fase. Conheci o Jorge como jogador mas, quando o tive como treinador, vi um ser humano de exceção, um coração incrível.
Conheci o verdadeiro Bicho, todos os dias eram almoços e jantares. Andávamos sempre juntos, não me esqueço como tratou os meus filhos e a minha mulher.” Contrastando a intensidade competitiva com a bondade fora do campo, concluiu: “Ele no campo comia toda a gente, mas fora dele era bondoso e fantástico. Faz-me já muita falta, mas ao mundo do futebol também.
Não é um adeus, é um até já, mais tarde jogaremos cartas e beberemos um bom vinho. Acho que ainda vou aproveitar a vida lá em cima com ele.” A ligação eterna entre ambos ficou assim eternizada nas palavras sensíveis de Paulo Machado, que recorda com emoção o seu grande capitão e amigo.