A Assembleia Geral Extraordinária (AG) do FC Porto, que tinha como objetivo discutir e votar os novos estatutos do clube, ficou marcada por cenas de violência e tumulto, levando a que várias pessoas abandonassem o Dragão Arena, onde a reunião decorreu. Inicialmente marcada para o auditório do estádio, a AG teve que ser adiada em uma hora e meia e transferida para o Dragão Arena devido à grande afluência de mais de quatro mil sócios do clube.
Durante a sessão, que só começou por volta das 23h40, mesmo com vários sócios ainda a fazerem o registo para entrar, ocorreram altercações nas bancadas, com relatos de agressões e arremesso de garrafas. Fernando Madureira, líder da claque SuperDragões, esteve envolvido na confusão, conforme vídeos que circulam nas redes sociais.
Um adepto presente na AG declarou aos jornalistas: 'Tivemos de abandonar o pavilhão por não batermos palmas ao Pinto da Costa, está tudo à porrada'. Apesar do pedido de intervenção policial, as forças de autoridade não podem entrar no recinto por se tratar de uma reunião privada, devendo a presença ser autorizada pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral.
Apesar do caos inicial, os ânimos acalmaram-se e a AG foi retomada com normalidade. A direção do FC Porto, incluindo o presidente Jorge Nuno Pinto da Costa, está presente na reunião que tem como objetivo discutir mudanças nos estatutos do clube, incluindo a adoção do voto eletrónico e por correspondência, a alteração da filiação sénior mínima para concorrer à presidência e o acesso ao direito de voto após dois anos ininterruptos como sócio.
No entanto, a controvérsia em torno da AG e das alterações propostas já levaram a críticas por parte de alguns membros do clube. Nuno Lobo, ex-candidato nas últimas eleições do clube, afirmou que a situação é lamentável e que não se revê no rumo que o clube está a tomar. André Villas-Boas, ex-treinador do FC Porto e possível candidato às próximas eleições, censurou a falta de organização da AG e pediu que a mesma seja remarcada para um local e hora adequados.
As alterações aos estatutos do FC Porto necessitam de dois terços dos votos favoráveis para serem aprovadas e entrarão em vigor no dia seguinte à publicação da escritura pública. Espera-se que a AG seja concluída e que as mudanças nos estatutos sejam decididas nas próximas horas.