O universo do futebol português está de luto pela morte de Jorge Nuno Pinto da Costa, figura incontornável do desporto nacional durante décadas. O ex-presidente do FC Porto, que liderou o clube durante 42 anos até 2024, faleceu no sábado aos 87 anos, vítima de uma doença prolongada.
O primeiro-ministro Luís Montenegro foi uma das personalidades políticas que marcaram presença no funeral de Pinto da Costa, realizado esta segunda-feira na Igreja das Antas, no Porto. Montenegro descreveu o antigo líder portista como um «presidente icónico do desporto português», uma «referência dos valores da promoção da prática desportiva, da promoção do país».
Dedicação à promoção do desporto
«É um presidente icónico do desporto português, uma referência dos valores da promoção da prática desportiva, da promoção do país. Recordo sobretudo a forma transversal como se dedicou várias décadas ao serviço de várias modalidades, não só futebol. Recordo presença assídua a ver todas as modalidades, todos os escalões, das equipas masculinas às equipas femininas. É um trabalho que acabou, que se repercutiu em resultados que animaram a cidade do Porto, o norte de Portugal, Portugal inteiro, a comunidade portuguesa espalhada por todo o Mundo. Resultados que alavancaram a comunidade portuguesa, promoveu a portugalidade e o país por todo o Mundo», afirmou o primeiro-ministro.
Personalidade forte e opiniões firmes
Montenegro destacou ainda a personalidade forte e as opiniões firmes de Pinto da Costa, nem sempre consensuais, mas que o tornaram uma «voz audível no panorama desportivo, mas também no panorama cívico e político». O líder do Governo considerou que, «independentemente das preferências clubísticas», Pinto da Costa foi «o motor de uma coletividade que é um símbolo de Portugal» e, por isso, «credor do respeito de toda a comunidade».
Legado de Pinto da Costa
O primeiro-ministro recordou a dedicação de Pinto da Costa à promoção do desporto, construindo o FC Porto numa «fábrica de campeões e de valores desportivos» em diversas modalidades, com bons resultados a nível nacional e internacional. Pinto da Costa, segundo Montenegro, «defendeu as cores do FC Porto e de Portugal, promoveu a identidade nacional» e empenhou-se em valorizar o Porto e a região Norte.
Questionado sobre o silêncio de outros grandes clubes portugueses, como Benfica e Sporting, face à morte de Pinto da Costa, Montenegro desvalorizou, afirmando que «o povo português aprecia os que dão muito de si em prol daquilo em que acreditam», independentemente das preferências clubísticas. O primeiro-ministro lembrou que «a esmagadora maioria» dos adeptos portugueses tem «apreço pelo seu trabalho».
Após a missa de corpo presente nas Antas, o cortejo fúnebre de Pinto da Costa passou pelo Estádio do Dragão antes de seguir para o cemitério do Prado do Repouso, no Porto, onde o corpo foi cremado. Desde o sábado, inúmeros adeptos portistas têm deixado tributos, flores e outros símbolos no Estádio do Dragão e na Igreja das Antas, em homenagem ao histórico presidente do FC Porto.