Pinto da Costa, que faleceu este sábado aos 87 anos, foi uma figura incontornável do futebol português nas últimas décadas. Ao longo dos seus 42 anos como presidente do Futebol Clube do Porto, o dirigente protagonizou diversos momentos memoráveis, alguns deles marcados por episódios inesperados e até polémicos.
Um desses episódios ocorreu em março de 1994, quando Pinto da Costa deu um dos seus discursos mais inflamados durante a sua longa presidência. Naquela altura, o ministro das Finanças, Eduardo Catroga, emitiu uma penhora sobre o Estádio das Antas por dívidas do Fisco e da Segurança Social, incluindo mesmo a famosa retrete do estádio. Perante esta situação, Pinto da Costa convocou uma conferência de imprensa presenciada por dois mil adeptos e fez um discurso veemente: «Enquanto existir esta penhora, o FC Porto não se sentará com ninguém, não dialogará a dívida nem pagará um tostão dela. Peço-vos a maior serenidade porque acabo de ser avisado de que vem a caminho do Pavilhão do FC Porto a GNR com o pretexto de que estará aqui uma bomba. Se estiver aqui uma bomba eu espero que ela expluda!».